Fio de Vida
Amor,
Fogo,
Arde,
Será que me amaste,
Como aos portugueses ...
Será que me encantaste,
Com a tua pena?
Que o amor tivesse sido história
E a história uma rima
Essa tela crua de cores
que de cor pintaste
esse branco sorriso de poemas
Sem se ver, toca-se
Chora-se, amargura-se a perda,
desdém a nobreza
E de figuras heróicas te consomes
de heróicas letras decompões
a vitória dos amantes
e o destino dos amados
Tão formosa
Formosa mão
segura escrita
descontente poeta
invejosas paixões
eterno fio de vida
Camões.
Será que me amaste, Leonor?
A pala deu-te ângulo, dimensão
A pena sofreguidão e entre perigos
te procuro na terra das guerreiros
te acho entre os cavalheiros
bonacheiro, nú de hipocrisias
que belo amor, que amor de se ver
ensinaste aos homens
a ser poetas
sem querer!
Autor:
Magda Mendonça Fernandes, Advogada, Lisboa
Homenagem a Camões (1999)
Evento organizado pela Associação Portuguesa de Poetas, Lisboa
Arte: "Parchae" obra de Victoria Brace.