HOJE

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Hoje tenho a vida suspensa

do alto da tua muralha.

Basta-me um sinal teu

e eu entro-a,

descendo a alta escada

degrau a degrau,

até ao fundo do teu coração.

Onde estás tu minha amada?

Hoje subi, mais uma vez,

ao alto da torre que guarda

a porta do Sol da minha cidade.

Na esperança de te ver passar...

Mas hoje o Sol não apareceu.

Onde andas tu minha amada?

Habituei-me a ver-te surgir

vinda da outra margem do rio

descer no porto da barca

e airosa, subir a calçada

da porta do Sol da minha cidade.

Hoje não te vi, minha amada...

Estarei sempre aqui, vigilante,

no alto da torre que guarda

a porta do Sol do meu coração.

Na esperança de mais uma vez te ver

entrar as portas de Burj Munt...

Hoje tenho a vida suspensa

no alto das suas muralhas.

Basta-me um sinal teu... e acabo-a.

al-Bidaruh 

in António Olayo