Penedo da Saudade
(Saudoso, me vou!)
Vou partir, breve, desta cidade
que é dos Estudantes, a prisão,
dourado exílio, por necessidade
de estudar e viver a lusa paixão.
Para quem estuda, rara felicidade,
num tempo obrigatório da ilusão,
e quando assumida a maturidade,
Coimbra, jamais sairá do coração.
Lá longe, sempre se está muito perto,
ainda que, no meio, haja um deserto.
Numa vida académica, não há nada,
que dê mais e mor felicidade, por certo,
a quem cá andou, afirmo, bem desperto,
que ser Estudante desta Coimbra amada.
Edgard Panão
( in, Memórias Um Tempo jovem )