HOJE A ACADÉMICA ENTROU EM CAMPO SÓ PARA A SEGUNDA PARTE

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Era preciso vencer para manter alguma esperança.

Mas esta equipa continua a demonstrar que não luta por objetivos. Disseram-lhes logo no início da época que subir estava fora de questão, que isso era uma guerra em que a Académica não se deveria intrometer.

Com essa mentalidade perfeitamente interiorizada, a Briosa entrou em Mafra desconcentrada, relaxada, adormecida, como tem vindo a acontecer demasiadas vezes ao longo do campeonato.

Consequência natural de tal estado de espírito, exibição desastrosa, sem funcionar na defesa, no meio-campo, na linha atacante, dois golos sofridos na primeira meia hora, a habitual inação do senhor que é mas não é treinador, que não mexe uma palha e ida para intervalo a perder 0-2. MEIA PARTE TOTALMENTE OFERECIDA.

Para o segundo tempo, infelizmente com uma única substituição (a do Fabinho que tem de ser sempre o primeiro sacrificado) a equipa passou a jogar com outra ambição, com mais garra, mais vontade, bem mais determinada na procura do golo. Que chegou rapidamente, por duas vezes, permitindo alcançar o empate, com justiça e fruto de uma exibição com períodos interessantes.

Ingenuamente, ainda acreditei que se abriria aí espaço para o assalto final à vitória imperiosa, arriscando tudo, sem medos, com substituições arrojadas,  que tornassem a equipa ainda mais mandona, dominadora, perante um adversário que foi desaparecendo, e que deixava à vista as suas debilidades e fraquezas.

Pura ilusão. Após o empate, não houve aceleração, não se fizeram as substituições adequadas, nem se introduziram as alterações necessárias no esquema tático, que empurrassem a equipa ainda mais para a frente. Mesmo assim, criaram-se algumas ocasiões de golo, que bem podiam e deviam ter tido melhor concretização. Pelo meio, o regresso do Mica ao mais alto nível, ao segurar um penalty, daqueles que talvez tenha sido um erro de arbitragem, mas que foi, seguramente, mais uma daquelas abordagens inaceitáveis, absolutamente ingénuas e infantis, que nos castigaram em inúmeras jornadas com o assinalar da penalidade máxima.

Em jeito de balanço antecipado,  poder-se-á dizer que, muito por culpa própria, acabou hoje para nós uma época que, pelas suas características atípicas, nos poderia ter levado de volta à 1ª Liga. Fica a frustrante sensação de que se devia ter feito mais e chegado mais além.

Imagem: CATARINA MORAIS/KAPTA - Zerozero

                                                                                                                                                                                                                                        Jorge Pedroso de Almeida