Editorial 02-12-2017

 

“Ao deus-dará”

Fosse eu apodadeiro, estaria hoje nas minhas sete quintas, uma pobreza, comparadas com as cinquenta e duas que todas as pessoas têm, caso vivam.

Vivemos num país “sui generis”, de gente que gosta de ser aldrabada, no fundo, revendo nos aldrabões e vigaristas aquilo que, lá bem no imo, sub ou inconsciente, adorariam ser, faltando-lhes para isso, todavia, capacidade e ânimo.

O governo da “geringonça”, a que aos três maiores (PS, BE, e PCP) se acrescentam um minúsculo e desequilibrado PEV e um baloiçante PAN, é a imagem viva, acinzentada, da falta de transparência, da falta à verdade: do diz que vai fazer e sabe que não faz; do que diz que fez e não fez; das cativações que estão a atirar serviços públicos, como os os hospitais e similares para situações de insolvência. É o governo dos impostos indiretos provocadores de uma inflação acentuada que encarece o custo de vida e diminui o poder de compra e de subsistência dos em má hora reformados e aposentados. É o governo do roubo inexplicado de Tancos, das vítimas mortais em Pedrógão Grande, do escamoteamento de partes do relatório de Xavier Viegas. É o governo que diz que a austeridade acabou, e nunca como agora esteve tão acentuada

 É o governo que arrebanha “claques” a duzentos euros por cabeça mais outras despesas de transporte, refeições, etc. É um governo desgovernado, de propaganda falaciosa. É o governo da “palavra honrada” cujas aplicação e significação desconhece. É o governo das “fake news” do caso Infarmed. É o governo do inominável primeiro ministro dos “consensos” que transforma em “dissensos”. É, em suma, o manequim do distanciamento entre a palavra e o concreto, o arrepio que tolhe; é o primeiro ministro do diz que não disse; o primeiro ministro que não devia existir.

Mas nem tudo são notícias más. Em Coimbra, Manuel Machado nomeou Carlos Cidade vice-presidente da Câmara. Embora tardiamente, justiçou-o; talvez a única coisa certa que fez desde que é presidente nesta rodada depois do “descanso” a que foi obrigado. Cindazunda ainda não se adaptou ao trânsito das cavalgaduras motorizadas, ela que conheceu outro tipo de cavalos e demais bestas.

ZEQUE