Editorial 04-11-2017

 

Que se passa?

Não sou racista nem intolerante, antes pelo contrário. Atente-se, pois, nisto ao ler o que se segue.

Coimbra perdeu o seu elã, e, a pouco e pouco, perdendo um pouco da sua alma, a alma que fazia – e, apesar de tudo, ainda faz – única. Coimbra perde a cada dia capacidade de intervenção, capacidade de se impor como capital de uma região que necessita de saber vencer o infortúnio das vítimas dos incêndios, de dar ânimo e orientação a quem anda perdido na tristeza dos sentimentos.

Coimbra com tanto para se vangloriar – a Universidade continua a “produzir” descobertas e inventos – não aparece nos noticiários nacionais nem nos regionais dos órgãos de comunicação.

Coimbra perdeu há muito a sede da Região de Turismo do Centro, que pouco ou nada dela fala, quando devia ser precisamente o contrário. Todavia, de vez em quando surgem casos inusitados que fazem que nela se fale no pior sentido, o da brutalidade: há dias, dois bandalhos apareceram nas televisões a pontapear selvaticamente um jovem caído no asfalto, um jovem que teve a “loucura” de evitar que maltratassem um idoso, um jovem que ficou desfigurado e, sabe-se lá, com quantas lesões intracranianas, que as exteriores são bem visíveis.

Não trago aqui este caso por os agressores serem ciganos, porque gente desprezível e pundonor há em toda a parte, mesmo nas etnias que, tal como “branca”, se  pretende colocar num patamar de superioridade: em Lisboa, seguranças de uma discoteca foram filmados em situação semelhante. Filmados, veja-se bem; gente sádica que em vez de intervir – embora a intervenção possa acarretar “prejuízos físicos como sucedeu ao jovem de Coimbra – prefere obter “recordações” para distribuir pelos amigos, ou, quem sabe, vender às televisões.

Agressões de vários tipos acontecem também no dia-a-dia, aumentando o número de crimes contra a pessoa humana, algumas com mortes à mistura.

Enquanto o país parece estar a “enlouquecer”, MM, atilado, mandou parar a extracção de areias do rio Mondego. Ele lá sabe porquê e os amigos também; os outris tentam adivinhar.

ZEQUE