Editorial 16-12-2017

 

Semana louca

O país catafede. Uma pessoa nem sabe como começar, tal a catafonia de “eventos” que surgem nos meios de comunicação social ao ritmo do tufão “Ana” que por aí passou a fazer estragos., nada que se comparasse, contudo, com as desgraças incendiadas de Junho e Outubro, sem soluções sociais e compensatórias à vista

São os escândalos da bola, os “mails” acintosamente propagados e acirrados. todavia por quem, se tivesse um pingo de vergonha na cara, devia estar calado, e, pior ainda, o caso do Gil Vicente, com uma solução a meio da época para um caso com onze anos; é o caso IURD e das crianças “desviadas” para adoção, que, vindo agora a lume, mostra uma rede de compadrio inimaginável; e é uma empresa-modelo que de AutoEuropa pode vir a descambar em autodestruição.!

Impensável até há pouco era o caso da “Raríssima”, uma instituição social apoiada pelo estado, cuja presidente e directora – dois tachos – gastava à grande, subentendidamente com a complacência de um secretário de estado e de um ministro aparentemente inamovível, Vieira da Silva de sua graça. Sem culpados, o roubo de Tancos já foi esquecido, pois, maravilha das maravilhas, o material até foi devolvido com juros. Na verdade, um país em que viver é “saboroso”, como parece dizer  o chefe Costa na sua voz tartamudeada, difícil para a audição.

Por Coimbra as coisas vão de mal a pior. A escola secundária José Falcão – o meu Liceu Normal D. João III – chegou à assembleia da República. Degradado, uma nódoa na cidade, talvez venha agora a receber a transformação de fundo de que necessita, as transformações – e obras – que, talvez por dor de cotovelo, nenhum dos últimos edis pôs na agenda; ou, se o pôs, não quis fazer avançar, ao contrário do que se passou co9m a Brotero e a D. Maria, que, dizem as más línguas, deram milhões a ganhar ao amigo de Sócrate.

Enterrado o “metro de superfície” no túmulo dos papéis, não obstante os milhões despendidos ao longo dos últimos anos, aparece agora na mesa o “metrobus”, um brinquedo de algibeira que é a cereja no topo do bolo de MM, mais uma “invenção”, não duvidem, condenada à gaveta. O aeroporto está em bom andamento. Dada a impossibilidade de Cernache, Machado procura terrenos nos arrabaldes de Leiria e Viseu. Podia ao menos procura-los na Figueira da Foz ou em Soure, onde pontificam edis da mesma cor.

Numa época de possíveis boas vendas, a câmara – leia-se Machado – resolveu afrontar os comerciantes, pespegando-lhes com obras demoradas frente aos estabelecimentos. Reservou intocável, todavia, o espaço dos seus xarás junto à loja do cidadão.

Na baixa, perto das obras ou nelas, pensava-se, aconteceu um cheiro a gás sulfídrico, insuportável. Houve bombeiros e tudo. Afinal, o cheiro vinha dos lados da Fernão de Magalhães: farta de estar de cócoras. Apertada, Cindazunda “descuidara-se”.

ZEQUE