Editorial 19-05-2018

 

País de loucos

Às vezes dou comigo a pensar se vivo num país real ou, pelo contrário, vivo num país de

fantasia exacerbada em que a loucura se sobrepõe a irracionalidade.

Não bastava a quantidade de falcatruantes, que, por bem integrados socialmente, vêem as penas ora suspensas ora arquivadas, surgem agora questiúnculas ligadas ao futebol e ao andebol capazes de provocarem uma “guerra civil”.

As denúncias sobre os jogos comprados por Sporting e Benfica, e, não obstante as manigâncias, o mau ambiente criado pelos pálidos resultados obtidos por um Sporting dirigido por um “louco”, treinado por um “mentecapto”, e apoiado por gentes acéfalas e claques “transcendentes” levou - e isto não é novidade - a uma invasão desordeira â Academia de Alcochete, logo apelidada de terrorismo.

Foi – e isto é mesmo linguagem d’O Ponney – o fim do mundo em cuecas. Toda a gente de bem se pôs em bicos de pés.

Se a alguns, porque sócios do clube tal era “permitido”, a outros - esperem aí que já volto! – não: as tomadas de posição de Costa, Ferro e Marcelo foram populistas mas pouco dignas dos cargos que ocupam.

Ferro, figura mastodôntica e fraseado de Adamastor/ Mostrengo, berrou, ameaçou, assustou, e proclamou aos sete ventos o seu acrisolado amor lagártico; Costa, nas suas palavras enroladas e mal mastigadas, ainda que sem tanto assanho, terá dito o mesmo; e Marcelo, mascarado de Ti Celito, nem disse “não” nem “sim”, nem “nim”, apenas “ni”,

Descida â divisão inferior do Sporting, do Benfica e, quem sabe, do Porto? Nem pensar! Tal como sucede com os socialmente bem integrados.

Por Coimbra viaja-se a duas velocidades: uma, a da Universidade, com também a Faculdade de Letras a impor-se internacionalmente; outra, a da Câmara, devagar, devagarinho, de fica-te Coimbra cada vez pior, sem que haja quem queira dar o tal murro na mesma.

Da Académica, não falo. Os meus amigos compreendem-me-

ZEQUE