Editorial 24-07-2021

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Naquela tarde um frio passava pela porta entreaberta, um riso de criança deixava alguma ideia de meninice. Ainda se ouvia o canto dos pássaros falando silenciosamente.

Estranhamente, escutava-se uma outra voz e não se avizinhava nada de novo.

Era somente uma voz e nada mais.

Um alegre respirar e recordavam-se alguns odores daqueles sons primaveris.

De repente, caíam todas as gotas de orvalho e recordava-se o facto de que o dia ainda nem tinha despertado.

Era muito cedo, o galo teimava em não acordar.

Havia dias em que despertar toda a vizinhança lhe parecia ser uma tarefa difícil. Nem se lembrava que tal feito era simples e ao mesmo tempo exigente.

No decorrer daquela manhã de manha, o galo decidia finalmente fazer o seu trabalho e colocava a sua crista bem erecta para que o som tocasse todos os corações.

Um lugar distante de tudo e esquecido por todos os deuses. Ali se encontrava o paraíso, mas o sol não gostava de trabalhar, a chuva percorria todos os montes sem ânimo, os passantes escondiam-se de quem não os podia ver e, com os olhos bem abertos, de bico bem apontado aos céus o galo aclamava o seu direito matinal.

 

Autoria da poetisa do pé-descalço

Não respeita o AO90

Cébazat, dia 24 de Julho de 2021

(Imagem retirada da net)