Editorial 29-08-2020

A menina dança?

De Coimbra já nem nos boletins meteorológicos se fala. Hoje também não vou falar,

Ainda que ora menos falado, o antes, o durante e o depois da prisão têm comandado muito da política portuguesa.

Rui Pinto foi, indubitavelmente. O “hacker” – a malandragem aldrabona epiteta-o assim – deu um grande safanão no “honesto” futebol indígena e na “idoneidade” de algumas figuras que fogem a mil pés de continuar públicas.

 A Rui Pinto pode querer apontar-se-lhe alguns “erros”, mas foi tudo por um bem maior: denunciar a corrupção, um “bem” que talvez tenha levado a PJ a “requisitar” os seus serviços. Um “bem” que está a assustar muta gente, que talvez venha atirar para a “lama” – aliás este país já está no charco – algumas das figuras graúdas da grande e corrupta Lisboa, e, quiçá Porto ou autarcas de que se diz, ainda que em ar de brincadeira, que “são os mais católicos do mundo, pois não assinam nada sem levar um terço”. 

Resistirá Rui Pinto à pressão?

É certo que querem fazer dele uma “corona”, um vírus que “detecta” muita gente mascarada de honesta.

Vamos lá ver até onde vai o baile, que tem como bailarinos os acusados de Tancos, de quem não houve mais notícias. As “bombas” devem estar bem guardadas, ou, quem sabe, a ser desmanteladas, não vão alguns dos estilhaços do estoiro desfigurar Costa ou Marcelo.

E o juiz Rosa? Estará “infectado” com o bicho “pandémico” que colocou certos processos nos cuidados intensivo?

A pandemia foi o azar do povo e a sorte da geringonça. Com o país arruinado pelo primeiro ministro Centeno – o tal das contas acertadas e não certas – e o seu ministro da propaganda Costa, o (des)governo conseguiu escamotear a miséria em que havia lançado o país. Desentendendo-se os ministros – maus amadores e nada competentes – fechando lares atrás de lares, engando com números em vez de percentagens, lá se vai dando uma no cravo e outra na ferradura, numa adiantados mentais.

Quem diria? O governo do optimista mor declarou estado de contingência a partir de 15 de setembro. Para depois da festa do avante, pois claro. Enquanto isso não acontece, e para aligeirar caminhos e tapar a boca a Ti Jerónimo, Costa convida Catarina para rainha do baile:

- A menina dança?

Ti Celito, afim, prepara mais uma sessão de “selfies”

Foto Lidiane Hein

ZEQUE