Editorial 30-05-2020

O mundo de pernas para o ar…

As folhas não cessam de acreditar nas novas irmãs

aquelas que tentam despertar docilmente.

Os troncos das árvores erguem os seus braços aos céus

e, escutam os ventos do norte.

As flores que teimam brotar de uma simples forma

rebelde e selvagem beijam-se apaixonadamente.

E o Homem? O Homem sofre de uma cegueira incurável

de um egoísmo absurdo, de uma apatia perigosamente assumida.

O sol veste-se de negro e a lua renega as estrelas.

O mundo está de pernas para o ar.

Não há quem consiga repor a ordem.

E o relógio não pára.

 

A roda gira ao contrário e, lá fora vive o medo…

 

 

Pela minha janela

A minha janela

O meu quarto

O meu espaço

O meu mundo

Invadem sentimentos

d'insónias

Vazios pensamentos

de vozes mudas

Ao acordar vislumbra-se

aquilo que fomos

o que deixámos de ser

Tudo reaprender

O lugar de um beijo

o lugar de um abraço

partilhas de calor humano

e o tempo ?

O tempo não será indiferente

ao passar do seu tempo

Agora é tempo de recuperar

aquilo que nos foi privado

em tudo o que existe

Há Amor.

Imagem - Paula Magalhães (retirado da net)

                                                                                                                                                                                    Sofia Geirinhas (Poetisa do pé-descalço)