Editorial 31-10-2020

ESCRAVO JÁ PRECÁRIO E AGORA MAIS PANDÉMICO

 

O escravo do povo, agora ainda mais precário – conseguindo fazer passar o OE com nova edição do queijo limiano – e também mais pandémico, ainda não exibe rosto sacrificado.

Sacrificados são, com farda de qualquer cor e pano, mesmo de colarinho branco, com pele de qualquer cor, e continuam a ser todos aqueles que o governo ignora, não ignorando, porque também os explora, mais, no Orçamento de Estado.

Mas, pior, o governo não os explora, apenas, por via do Orçamento do Estado. Conscientemente, o governo favorece os falsos empresários – falsos, por indignos desse nome – que praticam os salários mais miseráveis da EU associados a condições de trabalho deploráveis.

Os falsos recibos verdes estão aí, com conhecimento dos ministérios que “tutelam” organismos que o Erário Público sustenta, com funções atribuídas das mais diversas fiscalizações, funções de que, na prática, se omitem – não se demitem para não deixarem de receber -, ora, porque não se articulam entre si, ora, porque o mesmo governo os mantém desprovidos de meios para incumprirem a missão da sua existência.

Mas, pior ainda, há quem se mantenha na função de governante, determinando a um queixoso que preencha, num portal, o formulário de queixa, mesmo depois de o organismo já ter actuado em função duma queixa, que não entrou no portal, mas, sim, no Ministério Público.

Entretanto, os mesmos governantes na posse da informação bastante para taparem os buracos das fiscalizações que durante anos não aconteceram, molemente, deixam passar o tempo bastante para os indignos empresários operarem as cosméticas de todos conhecidas, que só “tapam o sol com a peneira”, fechando e abrindo empresas, deixando o Erário Público e aqueles que o suportam, a “arder”.

A quem serve este “negócio” – que alguns, manhosamente, dizem de “astuto” – em sede de “concertação social”?

Esta música é bem conhecida. Entretanto, os músicos não têm quem os escute, enquanto os “covidados” se multiplicam a velocidade proibida e, os doentes crónicos são ignorados.

A pandemia, essa, ainda vai mostrar mais. Parece que o Costa gosta!

Sande Brito Jr