DEMOCRACIA, LIBERDADE E PUIGDEMONT

DEMOCRACIA, LIBERDADE E PUIGDEMONT

O ex-Presidente da Catalunha, uma Província de Espanha - não confundir com um Estado dentro de outro Estado, tipo Confederação, como os USA - depois de todas as atitudes, actos, palavras e factos que manifestou, com vista à Independência dessa Região e, também, após se ter refugiado na Bélgica, acabou apanhado na Alemanha.

Esse Estado da UE cumpriu com o mandado proferido pelo Tribunal Superior Espanhol para a captura do sr. Puigdemont, tendo como base alguns crimes.

Para mim, e sem qualquer dúvida, esse Catalão incitou os regionalistas dessa área espanhola a promoverem a Independência dessa fracção territorial, num arrepio à Constituição do País vizinho. Num transvio político em tempo que nos devemos unir. Criar emancipações já não é para agora. Fraccionar com que intenção ?

Ora, tempos antes, essa Região havia rectificado esse Documento Fundamental das Regras de Funcionamento Básico do mesmo País.

Depois, o dito cujo senhor veio defender o indefensável, ou seja, incitar, por meios anti-sociais, a que a Catalunha se apartasse da Espanha. Como se não fosse parte integrante da própria Espanha. Dividir para reinar, talvez. Quem sabe. Seguir figurinos de tempos idos ?

O resultado ficou à vista, porque vivemos num Mundo Global - mal ou bem caminhámos e vivemos nele - ou seja, muitas empresas abandonaram a Catalunha e o Turismo, como fonte fundamental de receitas, por via de alguma insegurança e instabilidade, decresceu.

Este caso, se não fôr bem conduzido e organizado, pode verter noutras situações que possam descambar para independências sem o mínimo de razão, o que poderia inflamar partes da UE e, também, outras de tantas regiões do Mundo.

Ora, a verificar-se tal verruga político-administrativa, acender-se-iam focos de tensão, para além de se arrematar, como certo, racismos regionalistas discriminatórios, assim como tensões sociais, laborais e de outro segmento que tolheriam o caminho do desenvolvimento e fariam regredir cada uma das Regiões apostadas em sinalizar esse perigoso quão nefasto caminho.

Mas a democracia tem coisas e aspectos aberrantes. Afinal a liberdade não está, infelizmente, ao alcance de todos nem ali ao virar da esquina.

Puigdemont aproveitou-se dos contornos da justiça de uma democracia que, e como a alemã, bafeja os fortes, os ricos e os poderosos. Democracias sem rasgo e resvalantes.

À troca de uns milhares de euros - pagos à tal (in)justiça - o tal mencionado sr. já está em liberdade.

Aqui é que bate o ponto. E o mais negro do nosso tempo que se diz muito democrático e de direito...

Se não tivesse dinheiro, o que acontece aos indefesos e sem os bolsos recheados de uma Europa fingida e sem olhar os alicerces da sua Fundação, Puigdemont não teria sido restituído à liberdade.

Conclusão: a liberdade, assim como cada voto, em democracia, seja cá dentro, na Alemanha (muito evoluída) ou na Patagónia, vale euros...

Desgraçado o nosso tempo em que tudo se compra, até a liberdade e a dignidade ou os valores fundamentais da democracia, com sacos de euros.

Que se lave a alma com Bulas Papais, mas que não se liberte quem anda a incendiar Regiões, a soldo de quem não dá a cara e manda os peões de brega para a praça, apresentando-se como um perseguido.

À democracia não se pode permitir tudo, caso contrário retrocederemos para que as ditaduras tomem conta dela, porque apodrecida nestas miudezas que a desgastam e a desacreditam...

A Espanha, como toda a Europa, com estes paninhos quentes, sujeita-se a, num futuro próximo, ter terrorismos verbais e mais Puigdemonts. Basta pagar para se propagandear o que nos vai no pensamento. Haja notas e quem as exiba. Esperando mais, qualquer dia teremos mercenários políticos a pedir a independência de uma qualquer Cidade Europeia.

António Barreiros