ANTÓNIO COSTA E O DRAMA DOS FOGOS (ou como Portugal tem um líder fraco)

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Muito há a dizer sobre o Governo e os fogos florestais.

Sobre o que foi feito e, sobretudo, sobretudo sobre o que não é feito. Sobra incompetência.

 

António Costa é o líder de um Governo que resulta de uma fraude política, como escrevo há mais de dois anos e ainda há bem pouco recordou Miguel Sousa Tavares no "Expresso".

É, pois, um líder politicamente fraco.

E é um fraco líder.

 

Há três anos a liderar o Governo, António Costa tem centrado a sua acção na propaganda. Quanto aos problemas reais, nem uma só solução. Nem na Educação, nem na Saúde, nem na Segurança Social, nem nos Transportes, nem na Habitação, nem na Economia. Nada.

O mandato de Costa é fácil de caracterizar: palavras, palavras, palavras. Quanto ao resto... zero.

 

No ano passado, vivi intensamente o pós-Pedrógão e fui directamente atingido pelos fogos de Outubro.

Este ano, acompanhei de perto o que acaba de suceder no Algarve.

 

Em todas estas situações, António Costa demonstrou ter reduzido conhecimento do país. E escassa humanidade. [Recordam-se do atraso com que pediu desculpa às vítimas de Pedrógão e do modo como o fez?]

Entretido em "jogos de poder", faz promessas sucessivas, promete, promete, promete... e nada faz.

 

O "Portugal de Costa" não existe.

Anuncia o fim da austeridade e cria novos impostos.

Gaba-se da recuperação económica, mas a emigração continua a crescer.

 

Costa criou um "país da ilusão". Criou a ideia de facilidades, mas cada vez mais o Fisco entra nos bolsos dos cidadãos.

Pior ainda: reduziu a acção governativa à filosofia do merceeiro: perante um problema, diz que vai tentar encontrar soluções. Ora isto não é governar.

 

Um político é um dirigente, não um gerente.

A diferença é fácil de explicar: dirigir é antecipar os problemas, definir políticas, delinear estratégias.

E isso é o que António Costa não faz.

Costa não age. Costa reage.

 

Promete agora o reordenamento florestal da Serra de Monchique, quando ainda não deu um passo sequer para o reordenamento das florestas de Castanheira de Pera, Pedrógão Grande, Penacova, Oliveira do Hospital, etc., etc., ardidas há um ano.

Nem dará, porque não é capaz.

 

Este é o drama de António Costa, obrigado sucessivamente a confrontar-se com realidades que não é capaz de antecipar.

 

O fogo empobrece, destrói, mata.

Não se apaga com propaganda, nem com realidades virtuais.

 

Este é um dos grandes dramas do Portugal presente, porque António Costa demonstra estar apenas preparado para acções de propaganda. Sejam fotos com telemóveis de capas diferentes, sejam frases sem a menor adequação à realidade.

Para já não falar das vacas voadoras.

Mário Martins