AS GREVES FASCIZANTES

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 As greves, agora, fazem-se com o apoio de fundos estranhos e mais ou menos secretos, ladinos e mais ou menos fascizantes. Isto já não é democracia nenhuma. É um sofisma, um modo fácil de enganar papalvos. Os Senhores Enfermeiros / as deram uma facada mortal na democracia e é muito provável que, a partir de agora, toda a gente vá imitá-los. Já não estão em causa benefícios salariais. Estão em causa objectivos políticos, mascarados com o pretexto de benefícios de classe. É bom que se diga a verdade toda : a greve dos Senhores Enfermeiros / as é fascizante porque quebra a regra de toda e qualquer greve decente. Os grevistas não arriscam o seu salário ao fazerem greve. Há quem vá pagar por eles. Eles são a tropa de assalto dos seus financiadores. Nem mais, nem menos.

A subversão radical do mecanismo grevista converte a reivindicação profissional numa farsa. A categoria profissional de quem faz greve já nem sequer tem a dignidade de reivindicar autonomia. Não pode. Há quem pague a factura dos grevistas. Assim sendo, os grevistas deixam de ser grevistas para passarem a ser assalariados de quem lhes paga o ócio.

É isto. Não é outra coisa. É o populismo fascizante a descobrir formas larvares de trilhar o seu caminho.

Isto precisa de ser denunciado. Por mim, já fiz a minha parte. 

Amadeu Homem