DELAPIDAÇÃO BANCÁRIA SEM SUPERVISÃO

antonio-barreiros.png

É chocante e revolta, a notícia de que o Novo Banco, o tal que temos andado a pagar, dos nossos bolsos, através dos nossos impostos, andou a distribuir prémios aos membros do seu Conselho de Administração.

Quem o autorizou, como o montante não lhe sai do bolso, acabou demonstrando que é um mãos largas. Distribuiu qualquer coisa como 2,6 milhões de euros. Esbanja o que custa a ganhar.

Ora, e tendo em conta que o Novo Banco, em 2020, teve um prejuízo de 1,3 milhões, esta decisão é, e no mínimo, surrealista, abusadora, cruel, incongruente, fraudulenta e toca a vergonha.

Só um escroque pode ter tomado essa deliberação.

Até porque, como sabemos, o Novo Banco, até meados de 2021, já engoliu qualquer coisa como um montante astronómico de 11,263 milhões. E prepara-se para nos retirar, a nós contribuintes, mais uma boa fatia. É sempre a somar. Paga zé…

O Governo prevê que o valor a injectar pelo Fundo de Resolução no Novo Banco seja de 430 milhões de euros este ano, de acordo com o Programa de Estabilidade (PE) aprovado (notícia de 16/4/21).

O que me intriga é que os mandantes do Novo Banco, que temos vindo a pagar, mesmo estes luxos de verdadeiro novo-riquismo saloio, não possam contar com a supervisão do regulador que, e efectivamente, nos últimos mais de 35 anos passados, desde Constâncio, passando por Costa, até ao agora putativo Centeno, nunca viram nada, nunca se aperceberam de contas mal formatadas e nunca por nunca se deram ao trabalho de apurar, inspeccionando com rigor e independência, todas as malabarices, as chamadas contabilidades criativas, operadas em bancos e não só…

Este País é, verdadeiramente, um colosso… O zé continua a pagar estes desmandos, este tipo de luxos de Nação a fazer de conta que é rica e a ver passar os comboios de desvios, de toda a ordem, sem que alguma Entidade, as que custam muitos milhões ao Estado para travar vigarices – é disso que se trata – se oponha e denuncie. Um País, com e a este ritmo de trafulhices, nunca acertará o passo, empobrecendo a cada dia.

António Barreiros