SUFOCAR E ENTULHAR OS HUC

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Uma Maternidade parida à balda e sem critério, a nova que se vai edificar em Coimbra, já repercute as dores de tal parto.

Quem decide, em Lisboa, com o beneplácito dos de Coimbra, não entende nada do artigo e está desfasado da realidade.

A localização, dentro do miolo do edifício-sede do CHUC/Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, uma área citadina à cunha de carros e de pessoas, sem um desafogo de zonas para estacionamento, prova que os decisores não se enxergam.

Esta deliberação à toa, em cima do joelho, estouvada, sem reflexão e despropositada demonstra que não temos gente capaz nas Entidades e nas Instituições do Estado, as que devem acautelar e defender a melhor solução.

Admira-me que o actual Presidente da Câmara de Coimbra, que tomou posse do cargo, dias atrás, embarque numa decisão tão sem jeito e tão errada.

Deliberação que sufoca e entulha, com maior evidência, toda a área de implantação do pólo central dos HUC, em Celas, e as adjacentes.

Convido o chefe do executivo municipal a visitar, entre as 8H00 e as 11H30, todo o emaranhado de trânsito, externo e interno do CHUC, para se aperceber das dificuldades que é não só aparcar mas, e também, circular.

E circular, para as ambulâncias, desde a Casa do Casal até à entrada do CHUC é uma odisseia. Está na hora de o Município criar, com urgência, uma faxa de circulação para esse tipo de veículos e outros prioritários, a partir dessa sala de entrada da Cidade com términus na Praça Mota Pinto.

Quando, e um dia, no Edifício-Sede do CHUC se registar um episódio qualquer a necessitar de intervenção urgente de Entidades de Socorro – bombeiros, polícia ou outra – em horas chamadas de rebuliço de tráfego rodoviário, termos relato – estou certo – de que a coisa deu para o torto.

Já algum autarca ou responsável se interrogou se, em caso de grave problema, as viaturas dos bombeiros ou da polícia, vão conseguir passar por alas de estacionamento sem ordem e regras? E que consequências?

Com esta ideia peregrina de se construir a nova Maternidade de Coimbra no espaço, já atravancado do pólo principal do CHUC, compromete-se mais toda essa mancha, concentrar-se-á mais trânsito, carregar-se-á com mais movimento de pessoas e saturar-se-á uma área citadina totalmente sobrecarregada.

Coimbra não merece este tratamento que só a prejudica e a afunila. É tempo de termos e de contarmos com mentes arejadas e de vistas para o futuro. Já basta que, e durante mais ou menos 30 anos, tenhamos navegado cheios de nevoeiros que impossibilitaram a Cidade de se fazer ao caminho do futuro e se comprometer com os desafios do amanhã.

Vai surgir mais um elefante…para mal dos nossos pecados. Há urbanismos que encolhem as vistas e não nos deixam ver o além…

Esta teimosia das vistas curtas é muito de coimbrinhas.

António Barreiros