Visita de Hans Christian Andersen a Coimbra

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Coimbra Tem Mais Encanto
A Mais Bela Cidade Portuguesa

Hans Christian Andersen conhecido por contos infantis e intemporais como O Patinho FeioA Pequena Sereia, ou O Soldadinho de Chumbo, Hans Christian Andersen também publicou livros de poesia, romances e até livros de viagens, em especial, Uma Visita a Portugal, em 1866. O escritor dinamarquês visitou o nosso país a convite da família O'Neill e, durante a estada de dois meses, deixou relatos vívidos sobre as paisagens, as cidades e as gentes do país.

A Coimbra, Andersen chegou de comboio vindo de Aveiro. Vinha pouco impressionado com a “Veneza portuguesa”, pelo que o primeiro vislumbre de Coimbra, em completo contraste com a paisagem de Aveiro, desarmou-o: a cidade ergue-se como a flor mais bela de um bouquet, a repousar sobre o lado da montanha, “uma rua mais alta do que a outra”.

Coimbra eleva-se «como todo um ramo de esplendorosas flores» e é «a mais bela e interessante cidade que até então viu no país», escreve à Senhora Collin.

O traje dos estudantes é «pitoresco e faz-nos lembrar os de Fausto e Teofrastes». Começa por visitar o Convento de Santa Cruz e o Jardim Botânico, onde volta a encontrar alguns estudantes «todos nos seus trajes medievais». «Um ia só a ler um livro, três em animada conversa, com as guitarras aos ombros.

O seu aparecimento nestas paragens causou-me profunda impressão, era como se estivesse a viver noutro século e toda a poesia desses tempos me veio ao pensamento mas nem tudo passei ao papel».

Regista ainda a visita a Santa Clara e à Quinta das Lágrimas, evocando os amores de Inês e de Pedro, como os cantou Camões. Na companhia dum professor do liceu, natural de Schlevig (Herman Christian Dührssen), assiste à cerimónia da imposição das insígnias a um doutor na Universidade, em cuja biblioteca lhe são mostradas preciosidades bibliográficas. Nessa manhã choveu torrencialmente e gracejando disseram a Andersen que tinha sido ele «que havia trazido um verão nórdico».

«Coimbra é uma cidade que se deve visitar não apenas por uns dias mas durante algumas semanas, convivendo com os estudantes, procurando o ar livre e a bela natureza, isolando-se e deixando que na memória se desenrolem lendas e canções, recordando a história da cidade».

 

(Retirado da net)