NÃO MERECEMOS SER FELIZES

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Tenho orgulho de ser fervoroso adepto da Académica.

Mas isso não me inibe de expressar toda a minha irritação, raiva, frustração, desencanto, desilusão, tristeza, quando se sucedem falhanços estrondosos nas ocasiões em que não se pode falhar.

O que hoje se passou foi verdadeiramente desesperante! Foi-nos dada uma segunda oportunidade para corrigir o resultado menos positivo (empate) alcançado na 26ª jornada em casa com o Vilafranquense, com a repetição desse jogo, o que deixaria para a última ronda uma hipótese mais consistente de ainda aspirar à subida.

Afinal o sucesso da contestação jurídica não teve resultados práticos dentro das quatro linhas, pois o jogo repetido saldou-se por novo empate. Só que o desta tarde com sabor bem mais amargo.

Como é possível que, num jogo de importância transcendente, a equipa se coloque a ganhar no início da 2ª parte, sofra o empate em mais um golo caricato, consiga voltar a passar para a frente já ia avançado o período de descontos e ainda haja tempo, no minuto que restava, para 1) se cometer uma falta despropositada em zona próxima da área, 2) fazer uma substituição sempre desaconselhada, por poder provocar um inesperado desequilíbrio defensivo, imediatamente antes de um livre perigoso, 3) “oferecer” novo empate, precisamente na conversão desse mesmo livre?

Foram vários os momentos em que, ao longo da época, a Académica teve pela frente confrontos decisivos em que um resultado positivo poderia catapultar a Briosa, de forma irreversível, para a subida de divisão. Infelizmente, na maioria desses jogos, a equipa fracassou. Recordo as derrotas com Feirense, Varzim, Vizela e Arouca, bem como os empates com Oliveirense, Covilhã, Porto B e, agora, Vilafranquense. E é fácil concluir que, com uma maior regularidade de prestações e resultados, teria sido possível (quase diria fácil) que esta fosse a época do regresso à 1ª.

Não nos podemos resguardar atrás de justificações como o azar, as lesões, as arbitragens. Este percurso penoso tem de ser objeto de análise, para poderem ser devidamente aferidas as responsabilidades pelo sucedido. Os fracassos aconteceram demasiadas vezes, para que tudo possa ser varrido para debaixo do tapete.

Há perguntas que exigem respostas claras. Foi correto o discurso oficial do não assumir o objetivo da subida? O treinador tinha currículo, experiência, saber, para liderar uma equipa com ambições maiores? Os jogadores foram psicologicamente preparados para lutar e andar pelos lugares do topo?

Chegará, por certo, a hora do balanço, ponto de partida para preparar o futuro. No imediato, no próximo sábado, a última jornada, em que ainda se poderá sonhar por uma derrota do Arouca. Não sei se quero que tal aconteça, pois o meu receio é o de que, se isso vier suceder, a Académica volte a falhar na parte que lhe compete, ou seja, vencer o  Leixões, o que iria ainda aumentar a enorme frustração por esta parte final de mais uma época fracassada!
Imagem: Zerozero


                                                                                                                                                                                                                             Jorge Pedroso de Almeida