Editorial 09/08/2024

EDITORIAL 09 08 2024

O DOCE NUNCA AMARGOU!

Uma estadia no Brasil, para quem é português, é sempre um bom momento para aprender a “colher o dia” que é o que a frase ‘carpe diem’ (extraída de uma das Odes, de Horácio - 65 a.C. - 8 a.C.) e que literalmente significa ‘colher o dia’. Ou seja aproveitar o que o dia tem para nos oferecer e aproveitar as suas ofertas. Contrariamente a fazer-se apenas o que se deseja e não olhar em volta.

Pois quem é português pensa sempre que quem vai para o Brasil, vai para as praias. Vai colher a doçura da temperatura tropical perto de uma praia, mas não é bem assim. Entrar no Brasil é perceber que a natureza, seja litoral seja interior, foi muito amável com os seres humanos. Quem é português fica sempre muito comovido com a natureza do Brasil e não pode deixar de dizer que “o Brasil é a terra de Deus”. A natureza é doce e contrasta com o amargo das cidades. É esse amargo que nos aumenta o prazer e o desejo do doce. Afinal o desejo de colher o bom do dia.

A verdade é que sem amargo não há doce e sem infelicidade não pode haver felicidade. Só os contrastes nos dão o verdadeiro valor às coisas e sentimentos. Só assim podemos “colher o dia” e isso aprende-se bem aqui neste maravilhoso país que é o Brasil.

Por essa razão O Ponney, desta semana, traz os ensinamentos dos “amargos” e os ensinamentos dos “doces”. Esperamos que mais “doces” para quem nos lê, apesar de termos amargos que nos abrem o apetite para desejarmos o doce.

Começamos com o amargo de percebermos que, perante tantos desejos de sustentabilidade, a realidade é outra. Por isso o nosso artigo, que deve ser uma reflexão, «AUTOCARROS DE COIMBRA SEM MOTORISTAS» nos apresenta algumas das razões, talvez mais importantes, que fazem com que não seja resolvido este problema de Coimbra que está ligado a outro bem maior.

Do amargo passamos ao doce. Os dois artigos a seguir falam-nos do doce que poderia ser uma maior união com os países de expressão portuguesa. Pois não é que a maior reserva de água doce do mundo fala português! Um dos maiores valores para o ser humano é a água doce e a «ÁGUA DOCE FALA PORTUGUÊS DO BRASIL». Termos uma maior consciência deste dado é fundamental para quem acompanha as relações internacionais.

Continuando no doce de acreditar que um dia começa, verdadeiramente, uma maior ligação com os países que falam a língua portuguesa, apresentamos este artigo «LÍNGUA DOCE DE CHOCOLATE» onde o mais pequeno país de expressão portuguesa se deve unir ao maior país que fala o português. Veja quem e por que razão.

Passando do cultivo do cacau para um artigo que nos deve fazer refletir para as medidas mais corretas da agroindustria. Um conjunto de regras que está a dar os primeiros passos em Portugal e que deve ser replicado a todos os países. O artigo é escrito por uma especialista e tem o título: «URGENTE GESTÃO SUSTENTÁVEL NA AGROINDUSTRIA». Portugal tem um papel muito importante na mediação e no esforço do uso das boas práticas de uma comunidade que é muito mais importante para o planeta do que aparenta.

Por isso é que não nos podemos dividir nem fechar num pequeno território; fechar os olhos aos erros políticos só porque é da “nossa cor”; ou aplaudir o erro, forçando argumentos de desculpas! O uso do poder da cidadania tem que ser bem ponderado para o presente, mas também para o futuro. Por isso fechamos com um artigo, um pouco amargo, para desejarmos o doce. O artigo tem o título «ERROS, APLAUSOS E TURISMO».

Depois temos um bom texto, escrito por José Ligeiro, que vale a pena ler. Este artigo vem no seguimento de um trabalho continuado sobre a questão da sobrevivência, mas este artigo, em especial, traz-nos uma outra questão que deve merecer a nossa reflexão.

Seguem-se os artigos de opinião, que por coincidência abordam questões que envolvem a História. O primeiro escrito pelo meu recentemente amigo Marcelo Gomes, brasileiro, que tem o provocante título sob a forma de pergunta: «PORTUGAL DEVE DEVOLVER O OURO DO BRASIL?» pois é uma questão que, não sendo “guerra aberta”, cria sempre um certo “amargo de boca” a portugueses e a brasileiros. O artigo traz algum esclarecimento sobre a questão e vale a sua leitura.

O outro artigo da opinião de Paulo Freitas do Amaral traz-nos um assunto sobre História importante para a reflexão regional e nacional. Com o título «A “HISTÓRIA LOCAL” DEVERIA SER UM CONTEÚDO A INSERIR NA “EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA”». vale sempre pensar.

No setor das ‘curiosidades’ temos mais uma tira de banda desenhada (ou ‘quadrinhos’ como se diz por cá).

Por último, desafiamos os nossos leitores a escreverem para a nossa redação. O nosso e-mail é : info@oponney.pt - esperamos pela vossa opinião, crítica ou sugestão de artigos.

Desejamos um excelente fim-de-semana.

José Augusto Gomes
Diretor do jornal digital O Ponney