Editorial 11-02-2023
Maldita Vi(R)agem
Num caminho repleto de pequenas pedras, atravessei vales e montanhas, trepei ao cume mais alto e fechei os olhos de tanto medo ter tido naquele preciso momento. Nem me consegui lembrar da última vez que me deixei enganar pela coragem. Afinal, não foi assim tão difícil olhar em frente sem pensar no caminho já percorrido. Maldita viagem! Nao me via chegar a bom-porto com tamanhas preocupações às costas, nem me imaginei próxima da chegada, porque já esqueci o ponto de partida. Maldita viagem!
Passo a passo, caminhando cegamente, cheguei a acreditar que tudo foi possível porque estive sempre de bem comigo. Agora não estou tão certa daquilo que outrora pude afirmar com mais ou menos certeza, sempre que dialogava com os meus pensamentos. Maldita paragem que me faz pensar. Pensar é muito cansativo e mesmo quando a minha cabeça deveria não pensar, pensa e realiza filmes, ora de terror, ora de aventura, ora de amores e desamores. Maildita viagem!
Entre tropeços e quedas, entre derrotas e vitórias, num caminho repleto de fragas que já foram pedrinhas, trago comigo a vida de todos os que me acompanham, trago sabores adocicados e de fel, trago sol e tempestades, trago em mim amores, desamores e felicidades.
Num caminho, repleto de tudo e de nada. trago a esperança de um dia desembarcar e soltar amarras, âncoras e velas dobrar. Maldita e incógnita viagem!
Autoria da poetisa de pé-descalço
Sofia Geirinhas não respeita o AO90
Cébazat, dia 11 de Fevereiro de 2023