As "cores" da guerra na Ucrânia

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Quero olhar para a guerra, na Ucrânia. Longe, mas perto. Tardará cessar.

As imagens dramáticas, mostram horrores e selvajarias. Vemos valas comuns e
pessoas assassinadas a sangue frio. Dei comigo, ao olhar essa barbárie, com
as vistas turvas e o lenço a enxugá-las. Pilhas de cadáveres, borrifados
pelas lágrimas dos que os choram, desesperados e desconsolados, olhando o
vazio do céu, como quem procura um Deus que escute as suas lamentações e os
proteja. Violações, a mulheres e a crianças, são outra carnificina, entre
tantas outras.

O tempo não apaga cenas de militares a disparar contra gente indefesa. Nas
páginas da história ficam mais estes crimes de guerra. Não somos ingénuos.
Percebermos que, em tempos de guerra, se manipula informação, promovendo o
oposto, a contra-informação. As partes, refugiam-se, também, nas mentiras.
É uma outra arma da guerra.

A inflação já nos bateu ao ferrolho e trouxe como convidada a estagnação.
São dois ingredientes económicos explosivos com reflexos severos nas
finanças dos Estados, das empresas, dos cidadãos... Os preços estão a
galopar as prateleiras dos bens essenciais. Nas nossas algibeiras, a
minguar a força do poder de compra.

Por isso, será que estamos preparados para enfrentar o que está para vir?
Para sabermos comprar o estritamente necessário? Para não desperdiçarmos o
que não cabe na abastança do prato de cada um? E conscientes do que vai ser
preciso poupar? Esbanjar não pode fazer parte do vocabulário neste tempo de
guerra.

Só nos faltava esta guerra para arrefecer a economia, introduzindo
dificuldades a todos nós e trazer fomes, mais sofridas nas Áfricas. Depois
da pandemia, precisávamos de repouso e de nos recompormos. Não tivémos
tempo. Infelizmente a guerra, por tudo quanto gira em volta dela, tem o seu
lado mais cruel, a morte e a destruição, mas movimenta biliões, pois a
indústria das armas e todas as que se alimentam em seu redor, prosperam

Apetece-me fechar este Editorial com palavras de esperança: Vivemos um
tempo de liberdades. A paz é um dos mais fantásticos bens que nos pode ser
oferecida. Assim, os poderosos do Mundo o queiram… Assim cada um de nós, o
exija…e contribua, também, para a sua promoção. Já estamos cansados de
guerras. Gritar pela Paz é a mais caridosa proposta humana…


                                                                                    António Barreiros


(Editorial transmitido pelo "Famalicão Canal TV - parceria com "O
Ponney")

Imagem retirada da net