«O Fubeiro», Parte V - O crepúsculo da vida contrabandista de Tomé, Fascículo Único e Último Fascículo da Obra

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Parte V – O crepúsculo da vida contrabandista de Tomé, Fascículo Único e Último Fascículo da Obra

O bom padre Bernardino fica atónito quando o doutor Dias Santos lê em voz alta o testamento que registará no livro de notas do seu cartório, a mando do letárgico Tomé e por ele delineado!...

Padre Bernardino acede a transportar o moço para casa e a não tecer comentários sobre o testamento, que se revelou ao bom padre como uma perturbação e uma confusão a acrescentar a um emaranhado de agitações. Cedendo ao derradeiro desvario de Tomé, assim o interpreta.

Tomé abre a porta secundária da moradia com o auxílio do bom padre, afastado de olhares indiscretos, sempre padre Bernardino a acompanhá-lo e a ampará-lo sem reservas. Entram. Tomé caminha muito devagar em direcção à sua poltrona de eleição e aí se prostra, o olhar a exteriorizar um misto de alegrias e tristezas. Um rosto inexplicavelmente místico e esmorecido. O bom padre, depois de se certificar que o moço está bem acomodado, faz-lhe uma carícia enternecida na face. E vai à sua vida na linda igreja matriz, aonde voltará a rezar uma outra vez, nesse dia, para que Deus absolva os pecados do seu moço e, também, os de todos os homens.

Tomé, entre suspiros ofegantes, sente que está de partida e nada mais há a registar na história da sua vida. O bom padre Bernardino tem a certeza de que o seu moço está de partida e que será muito melhor nada mais registar na história da sua vida.

 

A partir do fascículo 2/4, inclusive, da Parte IV, a versão editada através do Jornal “O Ponney” é um exclusivo cedido pelo Autor ao Jornal, uma vez que a versão que será editada em livro segue outra narrativa de ficção.

© Luís Gil Torga

 

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