Democracia

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José Eliseu -Óleo s/tela : 50 X 70 cm "  Palcos  de guerra " -

 Será que estarei enganado?

Parece-me que os grandes arautos, ditos defensores da democracia, serão no final das contas, os seus carrascos.

Encabeçados que são pelos "Mídia", devoradores da vida alheia, não olham a meios para denegrir a figura pública a quem reste ainda uma réstia de coragem para servir, sem se servir, o bem comum.

Num estado democrático em que uma maioria absoluta se condena por não governar como desejariam os que justamente se opõem, não encontro mal algum em que governe como muito bem entender, desde que se não governe, cá estaremos para os julgar no devido tempo.

A perseguição a políticos, parentes, amigos ou amigos dos seus, tem sido ignóbil!

Todos reclamam e tudo pedem nas manifestações orquestradas

por quem nada faz além disso, com o único objectivo de derrubar e denegrir, na esperança de uma ditadura que substitua o regime em vigor.

Não se iludam, no final é o que nos espera e o que desejam no seu íntimo estes defensores da liberdade e dos direitos que apregoam, sabendo da impossibilidade de os obter.

Este filme já é velho. Seria bom que os incautos o revissem revisitando a nossa história, antes que aqueles que não viveram esses tempos saibam como foi.

Nunca fui nem serei meigo para com os nossos políticos, governantes ou não, mas tudo tem um limite. Penso eu, ainda que mal.

Só não gostaria de um dia querer dizer mal de algum e não puder por via de ninguém o querer ser.

Estamos muito perto disso.

Justiça é uma coisa que nada tem a ver com justiceiros, estejam ou não cobertos por qualquer capa de revista, que sinceramente já li vezes sem conta.

Isto ainda vai acabar mal e os culpados, por incrível que pareça, serão as vítimas que hoje se manifestam das várias maneiras.

Serão também as vítimas de amanhã.

É preciso meter um travão a este estado e estado de coisas? É.

Mas tem de ser a nossa consciência a faze-lo  antes que alguém o faça por nós.

Não gostaria de morrer numa ditadura igual ou pior que aquela em que ainda vivi e servi.

É preciso contar a verdade àqueles que não a conhecendo emprenham pelos ouvidos o que muitos ditos democratas violam.

Quando se grita por respeito nas ruas, é preciso ter a coragem e sapiência, de em consciência o defender e pôr em prática em casa.

Respeito, sim. Mas por todos e em especial pela democracia.

Respeito pelas maiorias sem esquecer as minorias.

Respeito pela vida de cada um.

Respeito por nós, para que possamos respeitar os outros.

Respeito por aqueles que elegemos. Sim, porque isto de chamar filho da puta a um qualquer governante sem que disso surjam quaisquer consequências, não me parece democrático. Sejam eles de esquerda ou direita.

Há muito que não aparecia por aqui a soltar as minhas postas de pescada. Tenho estado a observar e nestes tempos em que estive a marinar, cheguei a pensar que nada disto valia a pena.

Pensei e penso!

O receio de ter receio por vezes cala o que queremos dizer e isso leva-nos ao medo do ridículo. Mais um passo e estamos onde nos querem: Bem caladinhos apesar das gritarias.

Democracia não é só dizer o que nos apetece sem pensar, mas pensar sem medo de o dizer! 

José Eliseu