Quem não deve não teme... os Meta dados...

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Mais um palavrão que vem à baila para substituir a coscuvilhice.

Eu não devo, mas temo.

Apesar do Costa tentar acalmar as hostes, dizendo que só umas poucas centenas ou milhares terão acesso ás bases de dados e que é uma maneira de manter a nossa liberdade livre de terroristas e malfeitores, não me sossega. Um só que fosse, já era demais.

Pelo menos enquanto não me explicar como encontra ele a agulha no palheiro sem remexer a palha toda!

Já basta quando por nossa vontade nos "abrimos" nas redes sociais. Saber que não só as comunicações que fazemos, mas também dados fiscais, segurança social, saúde e até o que adquirimos e onde, se encontra á disposição de alguém, não me agrada.

Muito menos a desculpa de que para vivermos em liberdade tenhamos de prescindir dela.

Nada me garante que alguém com acesso a esses dados não descubra " acidentalmente" o que vou fazer ao 4º andar quando vou mudar a bilha de gás à vizinha, ou os fusíveis á filha da porteira na cave.

Já estou velho e pouco me afecta, mas vós, adolescentes, fiquem sabendo que até os vídeos a que assistem no telemóvel no recanto do WC , eles conhecem e sabem a que horas o fazem !

Exagero? Nem vos passa pela cabeça a informação obtida de cada um de nós, caso caiamos na grelha de espionagem. É isso mesmo. Não tem outro nome.

Sabem, antes do advento do telemóvel, internet, computadores e tudo o mais que por aí abunda, este vosso amigo prestou serviço militar como operador de informação no batalhão de transmissões. Tinha por missão saber o mais que pudesse varrendo as frequências de rádio, sobre o suposto inimigo num tempo em que tudo era em código Morse  e codificado. Aquilo que descobri com outros através de cruzamento de informação nem vos passa pela cabeça!

Estava lá quando aconteceu o 25 de Abril. O tal que nos deu a liberdade que a ciência nos vai sonegando.

Esta coisa dos Meta dados vai-nos dividir um pouco. Se por um lado nos proporciona os meios para evitar males maiores á sociedade, por outro, nada impede que alguém os use para benefício próprio.

Vislumbro possíveis interessados nas seguradoras, empresas e na própria banca. Quem fará um empréstimo a 30 ou mais anos a alguém que tenha uma doença que o poderá levar antes, ou não?

Isto de ter sol na eira e chuva no nabal é um desejo antigo. Não creio nessa possibilidade e não me agrada saber que querendo, até a cor das cuecas que uso podem vir a descobrir...

José Eliseu

Pintura:

José Eliseu - Óleo s/tela: 100 X 150 cm

" Mar Lusitano" - Indisponível