INTENSO DESEJO
Cautelosamente, com os dedos trémulos, ele puxou devagar, quase sem lhe tocar no corpo, a ponta da túnica acastanhada que a cobria e lentamente fê-la deslizar para o chão.
Afagava-a ternamente enquanto a tirava, como que a dizer-lhe que não tivesse receio, que ele seria meigo, doce, cuidadoso.
Era a primeira vez que um homem a despia. Sentia-se insegura, mas ao mesmo tempo o corpo humedecia-se, abandonava-se ao calor e ao toque das suas mãos.
Por baixo da túnica acastanhada, já mais frenético, quase impaciente, tirou-lhe a veste que ainda lhe escondia o corpo.
Não conseguia despegar o olhar daquela pele branca.
Não era já só imaginação! Ele agora sentia aquele corpo desnudo nas palmas das suas mãos, irresistível, parecendo convidá-lo a prosseguir.
Os olhos humedeceram, marejaram-se-lhe de lágrimas, antecipando o clímax, os músculos retesaram-se contendo e prolongando o desejo de a ter plenamente.
Por fim, descontroladamente, penetrou-a em repetidos, rápidos e firmes movimentos.
Era doido por cebola picada…
Rui Felicio
Pintura retirada da net