Luares de Coimbra

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( My-way )
I
Vida enclaustrado, em anos, um septenário
passando os dias a um caderno diário,
queria saber, doutra liberdade, o preçário,
fora da morada dourada, qual de canário,
onde, do cantochão era feito um hinário,
para afastamento da vida daquele santuário.
ir viver sonhadas noites coimbrãs, sem horário.
fora  deste  retiro, de mundanismos asséptico,
onde, antes, durante e depois, às vezes,, céptico,
duvidava se devia ter entrado ou devia continuar
ou dali saído, que é que o Destino podia reservar.
ou se, como  vulgo se dizia, ao Inferno ia parar.
II
Na Cidade, era diferente o meio comunitário,
onde a vida se passava, medida ao "centenário",
e do comportamento moral, ali, mudou o cenário,
sem rigidez do claustral e em desmedido afã diário,
se continuava o mais que podia, a ser contestatário.
Estes e alguns outros períodos dum longo etário,
vividos, às vezes, de modo, um tanto, atrabiliário,
sem  arrependimentos, fazem parte do imaginário
e mostram que o andar na vida é feito em itinerário
com variadas vias, sendo umas de sentido contrário,
obrigar alguém a transitar "one-way"é discricionário,
à força persistente da prosa e poesia, de cariz vário,
acabarão, nunca, as criticas dum pensar libertário,
à restrição de opções de vida, por Poder autoritário
cuja essência é a mesma do Poder de sinal contrário.

Edgard Panão

Foto: 
Olhares