O Último Tango, em Coimbra.
Tango que foi a emoção dançada,
uma espécie duma longa maratona,
a manear de cabeça ou encostada
ao colo ebúrneo de Lolita, perdona!
Não mandar, aparentava a agarrada,
sem fingimento de ares de mandona,
cara com cara, por mim arrastada,
mas, paradoxo, sujeito à minha dona.
O tango tem mil formas de dançar,
de inesgotáveis passos a requebrar
ao ritmo de orquestra e do bandónion.
Quando terminou, com os corações a palpitar,
agradeci e fiz o convite, para, de novo, dançar,
" si, otro y otro y otro tango, más, mi corazon!"
Edgard Panão
Arte: Leonid Afremov