SOBREVIVÊNCIA E PREPARAÇÃO XXXV

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Para compreender melhor porque é que as pessoas reagem de forma diferente em situações de emergência, é útil analisar os efeitos fisiológicos provocados pelo e stresse. As respostas corporais assumem um padrão reconhecível, também conhecido como síndrome de adaptação geral. Cada vez que uma pessoa é exposta a um fator stressante, a resistência do corpo passa por até três níveis.

1. Alarme – Para preparar o corpo para lidar com um fator stressante, que o atacará em momentos de situações de emergência, a sua resistência aos danos físicos cai por um curto período. Ao fazê-lo, a energia disponível do corpo é gasta, bem como as hormonas do stresse, estas normalmente protetoras. Neste cenário, a consciência do indivíduo é aumentada, sendo-lhe apresentada momentaneamente a escolha entre “lutar” ou “fugir”.

2. Resistência – No caso de o sistema stressante continuar a atacar o corpo, a resistência leva-o a níveis para além do normal e o corpo é sustentado por níveis elevados de hormonas do stresse, permitindo assim que o indivíduo continue a lidar com o problema.

Por outro lado, é também a este nível que o corpo se pode tornar incapaz de coordenar movimentos ou ações físicas. As pessoas que não conseguem movimentar-se ou responder aos comandos de procedimentos de segurança de emergência, são também conhecidas como “congeladas”.

3. Esgotamento – Compreensivelmente, existe um limite para a resistência humana. As situações de emergência podem afetar não só o físico das pessoas que as experienciam, mas também as suas emoções e lógica. Qualquer pouca energia restante durante uma provação pode facilmente ser gasta se não for rejuvenescida. Quanto mais stressante for a situação, mais exausto o indivíduo ficará. Os efeitos na saúde podem ser tão graves que, por vezes, ocorrem mortes.

 3.1_Voltando aos comandos e controlo do corpo:

Independentemente do nível de reação, deve-se tentar garantir que todos assumem o controlo da sua situação pessoal o mais rápido possível. Afinal, o objetivo final continua a ser o mesmo: irem todos para um local seguro o mais rapidamente possível, sem que alguém se magoe.

Devido a toda a confusão que possa surgir durante uma situação, cabe a quem assumiu o comando das operações, tomar medidas que possam ajudar a diminuir o medo dos que o seguem. Desta forma, todos poderão cooperar melhor na execução dos procedimentos adequados.

É imperativo que todos se mantenham sempre calmos e serenos, especialmente porque a maioria das pessoas procurará orientação junto de outros. Para melhor transmitir os comandos, quem está à frente da situação deve utilizar frases curtas e claras, enquanto fala com autoridade, mostrando o seu domínio e conhecimento para lidar com a situação.

Faz também parte da responsabilidade e obrigação deste, participar na prática de exercícios de evacuação ou similares e garantir que os restantes à sua volta estão cientes dos mesmos.

3.2_Evacuação por recusa:

A qualidade de liderança torna-se muito importante, especialmente quando existem pessoas que simplesmente se recusam a evacuar. Porque ninguém pode ser deixado para trás, deve haver um plano implementado para lidar com as pessoas “congeladas” pelo medo. Tal como acontece com tudo o resto, existem protocolos a seguir, como a proibição de tocar, esbofetear ou picar qualquer pessoa que possa estar em estado de choque, pois pode desencadear uma reação violenta. Quem tomar estas ações pode ser acusado de agressão, mesmo numa situação de emergência.

Deve-se tentar convencer a pessoa a evacuar juntamente com todos os outros de imediato. Se esta continuar a recusar e a não cooperar, e houver outras funções que a pessoa ao comando das operações deva assumir, estas deverão ser cumpridas em primeiro lugar. Depois de concluídas, este poderá então comunicar a alguém a situação e a localização do indivíduo que se recusou a evacuar, para que outros possam prestar as diligências necessárias.

Ter de lidar com uma situação de emergência já é bastante difícil. Ter de guiar pessoas, independentemente do seu estado, torna-se certamente, uma situação muito mais árdua.

 

Como escolher o seu guia em caso de emergência:

Escolher a pessoa certa para as emergências e tê-la pronta para intervir sempre que estiver em apuros pode ser uma das ações mais inteligentes que faz na vida.

Segundo os especialistas em segurança e proteção pessoal, a listagem de um contacto de emergência pode salvar a sua vida de diversas formas e situações. Mas quem escolher e que critérios deve seguir para fazer a melhor escolha?

 

José Ligeiro