VENDER-SE POR UM PRATO DE LENTILHAS

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Esau, segundo as leis da época, ganhou , à nascença, o direito à progenitura.

Filho de uma família muito rica, herdou por morte do pai, esse direito de progenitura que consistia em lhe atribuir a propriedade de todos os bens do “de cujus” seu pai.

Jacob, seu único irmão, mais novo, a nenhuma dessas riquezas tinha direito. Era assim a lei...

Certo dia, Esau acorreu, esgotado de cansaço e fome à porta de Jacob, depois de uma viagem de longos dias pelo deserto.

Um cheiroso guisado de lentilhas encheu-lhe as narinas quando o irmão lhe abriu a porta.

Pediu-lhe que lhe desse um prato da deliciosa comida. Estava faminto!

Jacob disse que lhe daria um prato de lentilhas se Esau lhe desse em troca o seu direito de progenitura.

Esau nem pensou duas vezes. Se morresse à fome de que lhe serviria esse direito?

Acedeu...

Ou seja, vendeu-se por um prato de lentilhas, expressão ainda hoje usada para designar aqueles que em troca de quase nada, que no momento acham ser o mais importante, se dispõem a dar o que de mais valioso têm...

Rui Felício