Baila comigo!
( À Fanny!, de olhos verdes! )
I
Escapaste dos meus braços, fui louco,
eu queria mais de ti, que era pouco,
e agora fico de rastos, arrependido,
comigo, magoada, comigo desiludido.
II
Nem sei bem o que sinto, o que tenho,
em mente, o teu desgosto acompanho,
com tristeza profunda, absorto a pensar,
se o dia volta, para nos teus braços bailar.
III
Fica a promessa de que te irei respeitar,
pela fogosidade, não me volto a arrebatar
demasiado, te enlaçarei, em doce levitação,
sem o olhar crítico de debutantes, da multidão.
IV
Mas,tal promessa não tem sentido qualquer,
se não for confirmada pelos braços de mulher,
vem, nem que seja, a última vez, comigo bailar,
para te pedir perdão e esta promessa comprovar.
Edgard Panão
( in, Poesia arcaica. Coimbra)
Arte - Dança - Leonid Afremov