CANDIDATOS MUITO POLÉMICOS PARA COIMBRA

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A sete meses das eleições Autárquicas de 2025, os candidatos à Câmara Municipal de Coimbra já se preparam. Uns já são do conhecimento público outros ainda não, mas o certo é que já está a haver demasiada polémica na escolha dos cabeças de lista para a primeira “capital” de Portugal e ainda capital de Distrito.

Por parte da Coligação Democrática Unitária (PCP e PEV) a aposta é em Francisco Queirós. Que será o candidato da CDU à Câmara Municipal de Coimbra nas Eleições Autárquicas de 2025. Tendo sido vereador com um dos pelouros mais polémicos no executivo de Manuel Machado, eleito pelo PS, pelas piores razões onde se discutiu o critério de atribuição de casas sociais. Algumas situações que se passaram neste pelouro chegaram a ser denunciadas na televisão.

Francisco Queirós passou de vereador, com pelouro no executivo socialista, liderado por Manuel Machado, para o executivo com maioria liderado por José Manuel Silva e apoiado pelo PSD e por mais 6 partidos com inclinação à Direita política. Ocupando a vereação dos espaços verdes, bibliotecas e canil/gatil, que também tiveram as suas polémicas sobretudo em relação ao corte de grandes árvores em Coimbra e da substituição por pequenas árvores.

Nesta última semana, Francisco Queirós, na qualidade de vereador (com pelouro) questionou a sua colega de executivo sobre a falta de transferência de verbas para as escolas. O que mereceu indignação por parte da vereadora Ana Cortez Vaz, com esse pelouro. Demonstrando a falta de entendimento dentro do executivo liderado por José Manuel Silva, presidente da CMC. No entanto, durante os 3 anos anteriores, Francisco Queirós passou desapercebido. Mesmo nas muitas questões sobre o corte das grandes árvores, da responsabilidade de um dos seus pelouros, escondeu-se atrás do presidente da CMC. O que demonstra, claramente, a sua postura na política.

O Bloco de Esquerda deixa de apoiar o movimento Cidadãos por Coimbra (CpC) para apresentar uma candidatura própria, José Manuel Pureza avança em Coimbra para além da rutura com o CpC vai, também, fazer “ruptura com décadas de rotativismo ao centro”. José Manuel Pureza é o candidato do BE às próximas autárquicas. O fundador do Cidadãos por Coimbra diz que o Movimento deixou de fazer sentido do ponto de vista eleitoral. Esta postura também revela a sua maneira de estar na política.

O Partido Socialista (PS) também já apresentou a sua cabeça de lista. Com muitas polémicas e alguns encontros e desencontros, dentro do PS, a escolha recaiu em Ana Abrunhosa, ex-ministra da Coesão, do muito polémico governo de António Costa.

A ex-ministra foi conhecida por desnivelar os apoios às regiões apoiando desmesuradamente Lisboa e Porto. Para além de o jornal Observador ter revelado que duas empresas detidas pelo marido da ex-ministra Ana Abrunhosa receberam um total de 303 mil euros de apoios da União Europeia. Este montante teve origem no Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADR), cuja gestão em Portugal estava debaixo da tutela direta da ex- ministra. Mas os pares da senhora ex-ministra, à altura, acharam normal e que em nada afetaria o país. Também revela a sua maneira de ver a política. Ainda assim o movimento CpC e o partido Livre apoiaram esta candidatura às Autárquicas de 2025 à CMC.

O atual presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, já demonstrou vontade de ser de novo candidato às Autárquicas de 2025. Apesar das muitas polémicas onde se envolve.

Desde o apoio à associação APBRA, onde um dos mentores e fundadores é o seu irmão, ex-reitor, João Gabriel Silva, até ao processo de acusação pelo Ministério Público de peculato e falsificação de documentos. As polémicas, criadas por si, não param.

O autarca, que refuta a acusação que diz ser “totalmente injusta e infundada”, considera-se alvo de «uma campanha de claras motivações políticas, que visa manchar a minha reputação e desviar o foco do trabalho que desenvolvi e desenvolvo em prol do interesse público. A queixa é de 2019. Saí da Ordem em Janeiro de 2017. E fui eleito vereador nas autárquicas desse ano. Todos sabiam que em 2021 seria candidato. E fui».

Porém, a realidade é que o MP fez acusação, passando o autarca de “arguido” a “acusado”e, por isso, vai entrar em choque com as diretrizes que o PSD estabeleceu se for apoiado pelo Partido Social Democrata.

Pois a Comissão Política Nacional do PSD decidiu a 11 de Dezembro de 2024 que «os candidatos do PSD [às eleições autárquicas] deverão apresentar uma conduta irrepreensível, garantindo que as suas ações não comprometam a idoneidade pessoal nem a do Partido. Este princípio assegura que os representantes do partido mantenham a confiança pública, refletindo os valores de ética, integridade e responsabilidade».

As escolhas dos candidatos, definida como “estratégica” e que não distingue “princípios diferentes” para Juntas de Freguesia ou para Câmaras Municipais, exige regras de “qualidade”, de “prioridade” e “ética” definindo a opção por “candidatos com experiência, capacidade de liderança e ligação real às suas comunidades”, o que significa também um travão a ambições de líderes de concelhias, que por o serem “podem pensar que são os melhores candidatos, mesmo não o sendo” – neste caso o candidato é independente.

A orientação política “estratégica” para as autárquicas estabelece que o partido “não vai permitir” candidatos autárquicos “acusados” pela justiça. E é isso que oficialmente e publicamente ainda está por clarificar: irá, o PSD, apoiar oficialmente o candidato José Manuel Silva? Mesmo com todas estas questões que contrariam as regras do partido para as Autárquicas de 2025?

Há quem diga que as promessas, encabeçadas por José Manuel Silva, nas eleições Autárquicas anteriores ainda não foram realizadas e esse é um forte argumento para o PSD continuar a apoiar o atual presidente da CMC.

No entanto, sendo medidas para 8 anos, a verdade é que as medidas não foram divididas. As que seriam para cumprir nestes 4 anos e as que serão para cumprir nos próximos 4 anos. Não havendo esta distinção, esse argumento cai por terra e até demonstra uma certa premeditação para criar uma desculpa posterior pelo não cumprimento das promessas.

Neste momento, qualquer um dos candidatos revelados, está envolvido em polémicas que, para já, não interessam ao desenvolvimento do Concelho e Capital de Distrito como é Coimbra. Esperam-se boas explicações que convençam os eleitores do Concelho de Coimbra.

JAG

21-02-2025