COIMBRA CONTINUA NO SOFÁ
A verdade é que Coimbra continua a ser analisada, não por psicólogo nem por presidente da Câmara de Coimbra (como escreveu num artigo seu), mas pelos absurdos (aquilo que é contrário à razão) que têm decorrido do executivo municipal.
Para além do fecho da Estação Nova, neste passado domingo dia 12 de Janeiro, que levantou tantas críticas contra o facto do executivo não se juntar ao protesto dos cidadãos para suspender o encerramento desta esta estação construida no século XIX, nem sequer de promover um diálogo com a população. Coimbra continua no sofá para ser analisada.
Sabendo a população que o achado arqueológico de uma ponte medieval levou a que fosse alterado o plano da Metro Mondego e das Infraestruturas de Portugal. A contradição é que o executivo da CMC argumenta que não se pode alterar o que já foi projetado com o fecho da Estação Nova.
Parte dos conimbricenses continuam sem perceber o que será feito com os terrenos e edifícios da CP que agora passam para a responsabilidade da Câmara Municipal de Coimbra. Talvez a discussão sobre o próximo uso do edifício da antiga Estação Nova também se discuta o que se deve fazer a toda a estrutura atrás do edifício.
Como Coimbra continua no sofá, também, continua a não se perceber por que razão a CMC inaugurou na passada segunda-feira, 13 de Janeiro, o “Bosque Urbano” no Vale das Flores, mas os taludes que suportam as terras, diz a CMC que estão a ser monitorizados, quando a realidade é outra, como mostra a fotografia, estão em mau estado.
Sendo feito um investimento público de 244.000 euros, este “Bosque Urbano” tem uma área de quase 2 hectares para ser mantida pelos serviços da CMC, quando a CMC disse que não tinha condições para tratar dos espaços verdes.
O Ponney apontou o “inquérito” feito pelo executivo da Câmara Municipal de Coimbra onde se perguntava, aos cidadãos, se queriam o uso de um herbicida nefasto à saúde publica ou deixar que as ervas crescessem. A razão apontada pela CMC era a de que não havia verba, nem estrutura dos serviços camarários para a manutenção dos espaços urbanos. O que entra em contradição com a inauguração de um espaço de grande área como vai ser o “Bosque Urbano”.
A notícia do Diário de Coimbra no dia 18 de Janeiro de 2024, deve ser lembrado e dizia em título: “Tribunal de Contas aponta atos ilegais na Câmara de Coimbra desde 2014”. Interessante percebermos que o Diário de Coimbra sendo um dos jornais que recebe da Câmara de Coimbra por publicidade, o que nos parece natural que tenha muito cuidado para não hostilizar o executivo camarário. Ainda assim, dava a notícia de que, enquanto vereador da oposição ao executivo, na altura, liderado por Manuel Machado, José Manuel Silva terá protestado pela forma como estavam a serem escolhidos alguns cargos de direção na Câmara de Coimbra. Esses cargos tinham vindo por nomeações em regime de substituição o que era ilegal e por isso o vereador eleito pelo movimento Somos Coimbra, José Manuel Silva, entendeu fazer queixa ao Tribunal de Contas (TdC).
O problema foi que o TdC fez uma auditoria que se prolongou para o mandato seguinte, onde desta vez quem ocupava o cargo de Presidente da Câmara Municipal de Coimbra era José Manuel Silva (quem outrora se queixara), mas onde também cometera a ilegalidade que acusava ao anterior presidente da Câmara, Manuel Machado.
Em Fevereiro de 2023 foi feita uma Auditoria de Apuramento de Responsabilidades Financeiras que englobou o atual executivo e que apurou que “vêm ocorrendo sem que se encontre em curso procedimento concursal tendente ao regular provimento dos cargos, salvo pontuais exceções”.
O que é mais estranho é que quem acusou acaba por também ser acusado pelo mesmo processo ilegal. Os Juízes entenderam que as “infrações descritas consubstanciam eventuais infrações financeiras sancionatórias”- descreve o Diário de Coimbra.
Outra situação ligada com a gestão de funcionários da Câmara de Coimbra foi relatado pelo Notícias de Coimbra que revela outro escândalo: “Duas técnicas superiores da Câmara Municipal de Coimbra enviaram um e-mail ao presidente da Autarquia a dar conta de “conduta de opressão, de ostracização, de corte à liberdade de expressão e à autonomia técnica” numa reunião de trabalho convocada pela vereadora Ana Cortez Vaz pelas 14:30 do dia 4 deste mês de janeiro.”
A situação leva a um limite do caricatural onde “nesse encontro, para além da detentora do pelouro da Ação Social da autarquia estavam o diretor do Departamento de Ação e Habitação Social, o chefe de divisão de Ação Social e cinco técnicas superiores.”
Onde o diretor de departamento usava expressões como: “A sua opinião é daquela porta para fora (apontando para a rua), aqui não tem esse direito. Acrescentou à sua intervenção, efetuando um paralelismo da relação dirigente-trabalhador com a relação parental – ” É como pais e filhos. Os filhos fazem o que os pais mandam!”, disse o responsável.
Com necessidade de se defender uma das técnicas alertou “para a diferença entre os conceitos de chefia e liderança e o seu impacto nos trabalhadores” - relatou o Notícias de Coimbra.
As técnicas que se sentiram assediadas moralmente enviaram carta dirigida ao presidente da Câmara, onde referiram que a senhora vereadora Ana Cortez Vaz nada fez para a justiça de tratamento dos funcionários.
O Noticias de Coimbra relembra ainda parte da carta enviada ao presidente da Câmara de Coimbra: “não deixa de ser minimamente estranho (e até caricato) que esta conduta tenha sido perpetrada pelos responsáveis pelas áreas da Igualdade e Inclusão do município”.
“Não poderemos aceitar, seja a quem for, situações de desrespeito, maltrato, opressão e ostracização” sublinharam na carta enviada ao autarca, sustentando que José Manuel Silva “encontra-se no conhecimento da situação e saberá qual o procedimento mais conveniente para que situações como a ora reportada não se voltem a repetir em qualquer Departamento, Divisão, Gabinete ou Serviço desta autarquia”.
Esta situação arrasta-se e ainda não tem qualquer seguimento.
Já há quem diga que “Coimbra caiu do sofá e encontra-se em agonia no chão!”
AF