CONTRADIÇÕES DA SAÚDE EM COIMBRA
Enquanto o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra apresenta dados que provavam o aumento em mais de 50 mil operações e quase um milhão de consultas, no balanço referente a 2024, os profissionais de saúde andam a ser “desrespeitados” - segundo fontes de quem está no terreno.
A situação “de injustiça” está a ocorrer no IPOCFG (Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil) não sendo a única instituição de saúde na cidade em que é exigido um enorme profissionalismo, mas, por outro lado, estão a ser tratados com “uma evidente injustiça”.
O Ponney reporta aos factos que nos chegaram. Os funcionários que exercem funções em serviços hospitalares (transversal a outros serviços públicos), são avaliados através do sistema SIADAP (Sistema Integrado de gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública) que, até à data, funcionava em avaliação por biénio (situação alterada no presente ano de 2025, passando a ser por avaliação anual).
Tendo já terminado o período de 2023 a 2024 nota-se a demasiada insatisfação dos profissionais da instituição. Pois está em causa o não encerramento do anterior período de 2021 a 2022. Esta falta de coordenação cria atrasos de pagamentos e impede a progressão de carreiras previstas pela Lei.
Muitos dos profissionais, com diversas funções e profissões, teriam, com a avaliação do período de 2021 a 2022, subido de escalão remuneratório em Janeiro de 2023. Mas o que verificamos é que os profissionais de saúde, os que ajudam a criar números de exaltação na Saúde em Coimbra, estão com valores em atraso desde Janeiro de 2023.
O Ponney teve conhecimento que existem profissionais que não têm qualquer conhecimento das pontuações, porém outros grupos profissionais da função pública que já foram notificadas, mas continuam a aguardar a correta subida de escalão. Ou seja, em todos estão ao corrente das suas pontuações.
Sendo perfeitamente compreensível que seria impossível atualizar as pessoas logo no início de 2023, é totalmente incompreensível que esta situação esteja arrastada até Janeiro de 2025. Com profissionais de saúde, em Coimbra, que ainda não tiveram conhecimento dos pontos que lhes foram atribuídos nos anos anteriores.
A contradição está exatamente no facto do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra ter apresentado melhor desempenho nos cuidados de saúde, feito por profissionais de saúde injustiçados na sua avaliação.
A resposta que é dada aos profissionais de saúde, quando se deslocam ao serviço de recursos humanos do IPOCFG (Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil), é que ainda não está fechado a anterior avaliação do biénio e não podem dar previsão de datas.
Por muito que o pagamento seja efetuado com retroativos, a verdade é que isto é uma falta de respeito para com os profissionais que contribuem para aumentar os dados de eficiência da ULS de Coimbra.
A injustiça é maior, seguindo estes profissionais, quando investem na sua formação para prestar os melhores cuidados possíveis, com um valor financeiro investido na sua formação anual (porque o SIADAP assim também o exige). Não nos podemos esquecer que os profissionais de saúde também sofrem diariamente os efeitos do aumento do custo de vida e que estão sempre na linha da frente, sobretudo em tempos de pandemia, como foi a última provocada pelo Covid-19.
“As palmas vieram, bem como os elogios e as canções, mas o respeito pelas entidades competentes continuam atrasados!” - desabafou uma enfermeira da ULS.
Uma profissional de saúde que teme pelo ostracismo e que nos pediu sigilo disse a O Ponney: «Não exigimos nada que não nos seja devido. Por lei, a instituição está obrigada a cumprir os prazos legais. Não pode ser uma instituição exigir aos seus profissionais que cumpram com os seus deveres quando depois não há do outro lado o mesmo cumprimento. »
«Os profissionais estão desmotivados, cansados e muito descontentes com esta falta de respeito por parte da instituição. É muito bonito colocar nas redes sociais as atividades realizadas na instituição, mas o que consideramos é que falamos apenas de show off porque os profissionais não estão satisfeitos com a postura atual da administração.» - Desabafou outro profissional de saúde no no IPOCFG.
O Ponney lamenta que ainda seja necessário o pedido de sigilo com esta justificação: «Infelizmente sabemos bem o que acontece na “casa” quando alguém decide expor o que se passa.»
JAG