MAIS UMA “MAGIA” NO CONVENTO DE SÃO FRANCISCO?

Os espetáculos de “ilusionismos”, realizados em Coimbra, são de uma eficiência que nos deixam boquiabertos!
Será mesmo ‘magia’?

A verdade é que quem, alegadamente, está em conflito de interesses é apoiado pelo executivo da Câmara.

Vejamos o ‘alegado’ conflito de interesses da senhora diretora do Departamento de Cultura e Turismo da CM de Coimbra, Maria Carlos Pêgo, que não foi submetida a concurso - dado que ocupava o cargo por indicação com mecanismo de transferência. Mas como por “magia” a CMC, que estava a usar um processo irregular, abre um concurso para diretor do Departamento de Cultura e Turismo da CM de Coimbra - com inicio a 2024/01/22 e com fim a 2024/02/05.

Link da CMC: https://recrutamento.cm-coimbra.pt/processos-ativos/concurso?recruitment_process_id=44

Ora adivinhem lá quem foi escolhida?
Foi exactamente a mesma que já lá estava, a senhora Maria Carlos Pêgo.
Magia! Magia!

No dia dia 1 de Março de 2023 - tomou posse como diretora da Cultura, sem concurso, e depois voltou a tomar posse este ano por “concurso”.

Como diretora da Cultura de Coimbra assumiu, alegadamente, o papel de “fada madrinha” de uma “Cinderela” que se dá pelo nome de DNA- Dance N’Arts School. Esta é uma escola vocacionada para a dança nas suas várias vertentes que, alegadamente, passou a ser protegida da “fada madrinha”.

Coincidência a ligação entre a diretora da Cultura de Coimbra, a “fada madrinha”, e a escola de dança DNA - a Cinderela. Talvez coincidência ou talvez não, mas o que é certo é que a agenda de espaços do Convento de São Francisco (CSF) está de páginas abertas às marcações da “Cinderela” que é a empresa DNA. Com pelo menos 6 marcações seguidas.

Conflito de interesses?
A Câmara de Coimbra acha que não - ou pelo menos fecha os olhinhos!
Magia! Magia!!!

Em Fevereiro, deste ano, o jornal O Ponney fez uma entrevista a João Rafael, Presidente da CNM (Centro Norton de Matos) que disse:

«A realidade é que nem as academias com lucros nem organismos sem fins lucrativos, que competem nas mesmas valências, são uns melhores do que outros. O que reclamo é que os apoios têm que ser diferentes. Não pode haver o mesmo apoio a um organismo com e sem fins lucrativos. A minha opinião pessoal é que não deveria haver apoios institucionais a organismos com fins lucrativos.

Mas depois há aqueles “truques” como a criação de uma associação sem fins lucrativos para solicitarem apoios institucionais e que depois entram para organismos lucrativos com os mesmos responsáveis. Ou para pedir isenção de pagamentos à Câmara. Só as associações sem fins lucrativos podem pedir isenção de pagamentos de taxas. Um “truque”, que na minha opinião é o caso da associação 8 Tempos que aparece apenas para se candidatar a fundos que depois entram na DNA. Aliás parece estranho que ninguém tenha reparado que a apresentação da DNA tenha ao lado a 8 Tempos.

Já no tempo do mandato de Manuel Machado, com a Vereadora Carina Gomes, a Maria Carlos Pêgo já aparecia como Conselheira do Conselho Municipal de Cultura de Coimbra...como responsável pela associação cultural 8 Tempos.»

Link da entrevista no O Ponney: https://www.oponney.pt/coimbra/veroes-quentes-no-centro-norton-de-matos/?fbclid=IwAR12MdOcaPqMjU9FBjBFOFlEx6zSitiKndUHmrzf4cROuNxMNYVx35xhaVw_aem_AX8OksZU9hkhASoB0ogqaGumlouqIUeNVXl1JHMdYyfwlGhM3rNaNjXugvhA7W4TuldV2TqPrnivzwxwkoGytKvQ

- Será que agora há conflito de interesses?
A CMC continua a achar que não há nenhum conflito.

Na mesma entrevista o Presidente do CNM, João Rafael, acrescenta que «O Centro Norton de Matos fez o aviso ao Presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, que era contra esta nomeação por duvidarmos da ética da nomeada em deslocação. Não nos deram ouvidos pensando que era uma questão de concorrência, mas não é - que fique bem claro!» O Presidente da Câmara de Coimbra não pode alegar desconhecimento do caso.

Agora, está anunciada a abertura do concurso público que vai decorrer ainda “durante o primeiro semestre”, estando previsto que o contrato tenha uma duração de três anos, iniciando-se em Novembro de 2024 e terminando a 31 de Outubro de 2027, afirmou a diretora do Departamento de Cultura da Câmara de Coimbra, Maria Carlos Pêgo. Que nos leva a fazer a pergunta: - será que este concurso, para a escolha de um programador, vai ter a mesma lisura de toda este percurso cheio de “magia”?

É que pelo andar da carruagem se vê quem vai lá dentro.

JAG