MORTE SILENCIOSA DO HOSPITAL DOS COVÕES

1 MORTE SILENCIOSA DO HOSPITAL DOS COVOES1

 

O Hospital dos Covões (HC), situado na Freguesia de São Martinho, na margem esquerda de Coimbra. Tem sido vítima de uma vontade, externa a Coimbra, para que se feche este hospital. O argumento maior, para o seu fecho, era o da “duplicação de funções com os HUC”, depois da população e pessoal de saúde reivindicarem contra o fecho do Hospital dos Covões, vieram os partidos falar da “vocação própria” deste hospital gritada em comícios, também, pelo, na altura Primeiro-ministro, António Costa.

Depois de passado o período da pandemia provocado pelo Covid19 (onde este hospital teve um papel fundamental) e depois da corrida para ganharem votos, o HC, está votado ao abandono por quem tem o poder. As casas de banho estão ao abandono, 3 mictórios e um lavatório avariados. O que assegura e segura o bom funcionamento do HC são os muitos profissionais de saúde, pela sua dedicação ao doente que chega a ofuscar o tratamento no Hospital Universitário de Coimbra (HUC) testemunhado por muitos utentes e pacientes.

O Hospital dos Covões necessita de ter uma gestão própria e de ter a tal “vocação própria” que poderia ser a nova maternidade de Coimbra. Mas nem se resolve o problema do HC, nem arranca a maternidade de Coimbra.
No dia 29 Setembro do ano de 2021, o presidente da Câmara de Coimbra deu um prazo de três semanas ao Primeiro-ministro, António Costa, para anunciar local da maternidade.

José Manuel Silva, fez um ultimato ao Primeiro-ministro, António Costa, tinha acabado de conquistar a Câmara de Coimbra, também com o argumento de que Manuel Machado tinha mentido aos munícipes sobre a construção do aeroporto que nunca aconteceu, nem vai acontecer, o candidato passou a ocupar a cadeira de Manuel Machado com maioria absoluta, impedindo a reeleição do ex-presidente da CMC para um terceiro mandato, com o argumento da mentira do ex-presidente da Câmara de Coimbra.

Na altura, José Manuel Silva tinha dito ao primeiro-ministro: "cumpra a sua palavra e desbloqueie a construção da nova maternidade no espaço de três semanas".
Na altura, chegou a acrescentar que o primeiro-ministro "tem três semanas" para anunciar o local e a construção da nova maternidade da cidade.

"O senhor primeiro-ministro tem três semanas a partir de agora para anunciar o local e a construção da nova maternidade", tinha dito em Setembro de 2021 à Lusa Manuel Silva, que encabeça a coligação
(PSD/CDSPP/Nós,Cidadãos!/PPM/Aliança/Rir/Volt).

Estamos em 2025, volvidos quase 4 anos depois do compromisso de José Manuel Silva, e ainda não foi cumprida a promessa do presidente da Câmara Municipal de Coimbra. Assim como o HC continua a morrer em silêncio para que a população e os profissionais de saúde não saiam à rua.

A perceção geral é que a região de Coimbra tem visto diminuir a capacidade de prestar cuidados de saúde em várias áreas dada a fusão hospitalar que desmantelou valências e equipas, sendo acompanhada da instalação de unidades hospitalares privadas na região.
A realidade é que o Hospital dos Covões tinham serviços de referência, como a Cardiologia, Pneumologia e Laboratório de Hemodinâmica (entre outros). No entanto a reorganização dos serviços centrais dos HUC vieram fazer com que a unidade de saúde passasse, e ainda passa, por momentos onde as estruturas se degradam tendo consequências para os seus utentes e para os seus quadros clínicos.

Mesmo assim, a resistência contra a morte anunciada, ultimamente em morte silenciosa, terá sempre a dedicação de todos os profissionais de saúde, do Hospital dos Covões, para manter vivo o hospital da margem esquerda de Coimbra.

AF

28/02/2025