NÃO É RATATOUILLE
Quem se passeia pela Alta e pela Baixa de Coimbra depara-se com prédios abandonados a cada dois a três edifícios que vê. Na Baixa podemos verificar que há muitas lojas fechadas e vandalizadas com pinchadelas. Acrescentando que as muitas obras a decorrer, pelo Metro Mondego, todas a decorrerem ao mesmo tempo também é natural que haja mais ratos na cidade.
Quem passa perto da Casa da Nau, ao lado do antigo Teatro Sousa Bastos, encontra uma zona abandonada. Ruas estreitas onde ou passa o autocarro ou passam pessoas.
Devido à grave dimensão do problema na Baixa e na Alta, à vista de todos, com cada vez mais lojas a fecharem, mesmo os edifícios apontados como turísticos estão abandonados. Alguns com vandalismo evidente e sem que haja reparação por parte da CMC.
O nosso repórter entrou pelo Arco da Almedina e ouviu dois homens a dizerem um para o outro: “Já cá tenho remédio para a rataria” enquanto mostrava uma caixa grande. O problema com a praga de ratos foi detetado em finais de 2024. Quando começaram a existir cada vez mais queixas de munícipes e de terem circulado vídeos nas redes sociais devido à presença de ratos no Parque Verde. Na altura, em Setembro a Outubro de 2024 autarquia referiu que se encontrava “a decorrer uma intervenção para resolver a situação”.
Em 2024 em declaração ao jornal As Beiras, a autarquia respondia que «o controlo de pragas no espaço público municipal é efetuado com recurso a um operador privado. A sua intervenção possui duas componentes: um plano anual de intervenção e a resposta a emergências que surjam no território. Este tipo de intervenções responde tradicionalmente a vários tipos de pragas como insetos (baratas, pulgas e formigas) e mamíferos roedores (ratos).»
Em Outubro de 2024 Coimbra entra nas notícias nacionais com o centro de saúde de São Martinho a ter que fechar portas pela primeira vez devido à presença de ratos no edifício. Foram feitos os trabalhos de desinfestação por uma empresa especializada em inícios de Outubro e a estrutura voltou a funcionar normalmente, contudo, em 28 de Outubro 2024 , o problema obrigou a novo encerramento.
Agora em 2025, na Alta e na Baixa continuamos a ver lixo abandonado, estacionamento completamente desorientado, e imensas ratazanas. Apenas como constatação de quem anda pelas ruas.
Alguns moradores da Alta disseram que tinham enviado “vastos email’s enviados para a Câmara a solicitar a desratização...mas não tem havido resposta” - disseram alguns moradores de habitações em volta da ruína do Teatro Sousa Bastos.
Uma senhora idosa disse-nos: “moro aqui há mais de 50 anos e não me lembro de tanta rataria”. A senhora abanava a cabeça e continuava a dizer “nem mesmo quando o Sousa Bastos fechou...eu vi tanta ratazana por aqui. Antes, vinham regularmente fazer a desratização, agora só a pedido e mesmo assim..é quando é!”
“Agora os ratos até sobem pelas canalizações e fico constantemente sem televisão, telefone e net porque os ratos roem os cabos e quem diz a Alta de Coimbra diz várias ruas desta cidade”- disse uma outra vizinha que se aproximou.
O Ponney solicitou por email (no dia 16 de Abril de 2025) à CMC para nos informar qual é a periodicidade de desratização em Coimbra e até à data da publicação não houve resposta por parte da Câmara Municipal de Coimbra.
O Ponney lembra que a infestação de ratos é um sério risco para a saúde pública, pois pode transmitir doenças graves, como leptospirose, hantavirose, salmonelose, peste bubônica, febre por mordedura de rato e tifo murino. É o suficiente para merecer mais cuidado por parte da Câmara Municipal de Coimbra.
AF
18-04-2025