DE EMPATE EM EMPATE...ATÉ À DERROTA FINAL

 

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Começa a ser difícil dizer algo de novo nos comentários aos jogos da Académica.

Desde que se entrou nesta fase atual de verdadeiro APAGÃO iniciada na Feira, a sensação é sempre a de se estar a assistir a um filme (normalmente de terror) já antes visto.

Independentemente da qualidade do adversário, a postura é sempre a mesma.
Entradas amorfas, lentidão enervante, posse e circulação de bola improdutiva, aparentemente sem a ambição da vitória, tendo como preocupação primeira não perder em vez de procurar ganhar, jogo empastelado e sem intensidade, acumulação de erros individuais com consequências gravosas, faltas desnecessárias que originam livres perigosos, total desaproveitamento dos lances de bola parada, refúgio nas faixas laterais e pouca presença na área, falta de eficácia, raras ocasiões de golo, alguma reação só mesmo na fase final da partida, recuo e cautelas excessivas se, por acaso, se chega primeiro ao golo, substituições tardias, de risco mínimo, não raras vezes erradas.

Vê-se também, a olho nu, que os jogadores estão tristes, descrentes, acomodados, desmotivados, incapazes de aplicar em campo aquilo que lhes é pedido, a dar toda a ideia de que se quebrou a química e a empatia com o técnico.

Hoje, na Covilhã, foi mais do mesmo, até no resultado, que se traduziu num frustrante empate (1-1), numa série de seis pontos perdidos em três jogos com equipas perfeitamente ao nosso alcance, seguramente das mais fracas do Campeonato. Alcançado o mais difícil com a obtenção do golo, faltou arte e engenho para conseguir segurar uma vitória, que se revestia de particular importância.

Com tamanho desperdício de pontos, torna-se cada vez mais ilusória a ambição de alcançar a subida de divisão, mesmo que os adversários diretos venham também a ter os seus deslizes. De positivo, ficou apenas o regresso em cheio de Bouldini, um ponta de lança completo, de enorme qualidade, que somou mais um golo pleno de oportunidade, inteligência, força física e capacidade técnica, que tanta falta nos tem feito nos últimos jogos.

O que esperar do futuro imediato? Nada de bom, se pensarmos nos 7 jogos difíceis que se avizinham e se olharmos para o passado recente que nos trouxe desaires inesperados e traumatizantes com adversários de nível inferior, como Covilhã, Vilafranquense, Oliveirense, Varzim. Onde estaria hoje a Briosa e como seriam radiosas as suas perspectivas, se tivesse reinado a normalidade no resultado destes quatro jogos!

Os  jogadores são os mesmos, não desaprenderam de jogar, mas é indiscutível que a equipa não rende. Há que fazer algo, trazer-lhes novo ânimo, fazê-los voltar a acreditar, transmitir-lhes a necessária força anímica para enfrentarem com confiança o caminho que falta percorrer. Mas insisto que para isso e na minha modesta opinião, impõe-se urgente mudança de timoneiro, que tem sabido conduzir o barco em mar chão, mas a quem estará a  faltar experiência e traquejo para enfrentar as dificuldades trazidas pelos ventos adversos e vagas alterosas que entretanto foram surgindo.

                                                                                                                                                                                                                                  Jorge Pedroso de Almeida