Editorial 04-04-2020

“Em Abril, águas mil”, diz o povo – ou dizia – havendo quem lhe acrescente “coadas por um funil” Não só, todavia: “Abril chuvoso, Maio ventoso e Junho amoroso fazem um ano formoso” ou “As manhãs de Abril são doces de dormir” também fazem parte do extenso cardápio do mês.

Foi em Abril, logo no seu dealbar, que se colocou o dia das mentiras e, cá pela abúlica gente Lusitânia, que foi de Viriato e Camões, aconteceu o 25 que, também ele, contém em si uma das maiores mentiras que pespegaram ao povo.

Este ano está a ser tudo diferente: só ligeiramente se deu pelo seu primeiro, a não ser numa maliciosa informação, a da notícia da demissão do ministro da educação: rejubilaram os professores; enraiveceram com os desmentidos.

Não são doces de dormir as manhãs de Abril para quem está enclausurado há quase dois meses - as primeiras semanas de motu proprio – e não lê melhoras.

Quando se esperava uma quebra de mortos e infectados, a Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou este sábado a existência de 266 mortes e 10.524 casos de Covid-19 em Portugal.

O número de óbitos subiu de 246 para 266 - uma subida de 8,13% em relação a ontem -, enquanto o número de infetados aumentou de 9.886 para 10.524, o que representa um aumento de 6,45%; e o número de casos recuperados subiu de 68 para 75.

Todavia, para Costa, está tudo a correr às mil maravilhas: as escolas estão fechadas por iniciativa sua, mas, ao que se sabe, foi a EU que impôs a medida; não faltam camas nem materiais de socorro no SNS, mas só se ouve, da parte das equipas médicas, queixumes; Costa é o maior para os espanhóis porque chamou nomes ao primeiro ministro da Holanda

O povo gosta dele – devo ser eu quem está errado – e acha (acha e não pensa) que tudo o que ele diz é verdadeiro.

Costa, não o esqueçamos, foi o braço direito de Sócrates e herdou dele as melhores qualidades; sim, qualidades e não quantidades.

Mais polido, com um sorriso de hipnotiza-papalvos, Costa é um solecista: fala e sorri enquanto papagueia sempre as mesmas coisas, amalgamando ou sincopando sílabas às palavras. Ninguém – ou quase ninguém – entende o que diz ou disse, mas toda a gente bate palmas. É o Maior.

Numa tomada de posição estou de acordo com ele: a do estado de emergência. Só que, consta por aí, que foi Marcelo quem a impôs.

Tomem nota: quando a pandemia for vencida, nada voltará a ser como dantes: mas não se culpe o governo disso: culpe-se, sim, quem inventou o chacinador vírus e está a colher grandes benefícios económicos e financeiros do facto.

Mas até nisto Costa e Centeno tiveram sorte.

Protejam-se!

ZEQUE