Editorial 04-05-2019

Esperteza saloia

Não contava que as coisas se precipitassem tão rapidamente. Adivinhava, sim, que o primeiro ministro Centeno e o seu ministro da propaganda se preparavam para dar a “golpada”; previa-o, sim, para depois das eleições “europeias” e da derrota indecorosa que o PS já adivinha.

Como se sabe, Centeno impôs a demissão do governo, e Costa comunicou-a ao país, com arreganho e sobranceria, ainda que marchetada de “ses”.

Não sei que combinações Costa fez com Marcelo e se, até, não se tratará de “golpe” combinado; não sei mesmo, mas adivinho as palmadinhas com uma mão nas costas de Costa, e com a outra, no bolso ou atrás do rabo, a fazer figas ou a cruzar o “pai de todos” com o “fura-bolos”.

Se o país não estivesse mergulhado numa pré-falência assustadora, estas cenas caricatas mereceriam tratamento humorístico. O pior é que o governo atravessa um período de desorientação invulgar, tais as “trapaças” de que vai ter de prestar contas, uma vez que o dito cá pelo governo é desmentido por Centeno lá na “europa”.

O “problema” dos professores antecipou-se, pois, ao das “europeias” e Centeno agarrou-o com ambas as mãos e, ainda, com a ajuda dos pés: se Marcelo ficar do lado do governo e “travar” a lei – não sei como mas ele lá encontrará algum buraco – Costa vai-se mantendo, “empolga” o espectáculo da sua pretensa demissão e vai tirando dividendos; se não, pede mesmo a demissão, Marcelo aceita-a e nomeia Centeno para primeiro-ministro de um governo de salvação nacional sob a égide do presidente das “selfies” que terá de voltar à estrada à moda dos circos volantes ou dos artistas das feiras populares.

A ver vamos como as coisas (de)correrão: se o povo acreditar nas suas patranhas, será herói por muitos e largos anos; se o povo não “engolir” as suas falácias, então adeus Costa, até nunca mais.

Começou a Queima da Fitas, a festa mor de Coimbra. Faço votos para que tudo corra bem, que haja cada vez mais alegrias e menos copos, apenas menos e não abstenção.

O dia do cortejo, para mim, é de feriado mundial.

Não falo de Machado-câmara. Prefiro continuar a digerir a fantochada do António ministro da propaganda e do seu chefe Mário.

ZEQUE