Editorial 04-08-2018

Uma Semana “Diferente”

Por esta altura do ano o calor nunca foi fácil por Coimbra - a nossa cidade menina e moça. Aperta que se farta, mas não só em Coimbra. Quase sufoca.

Já nos bastavam outros “apertos”, trauteados por personagens “pimba” que já não se sabe concretamente o que representam. A esquerda plagia a direita. A direita plagia a esquerda. O centro confunde-se com a esquerda e com a direita e, cumulativamente, parece navegar sempre em águas aquietadas, submerso num submarino fictício, como que disfarçado e encavacado.

Continuam as insolvências inesperadas – com as estatísticas de desemprego manipuladas para tentar tapar a visão de quem não é cego. Os professores e os alunos continuam a viver os seus calvários recorrentes. Os Soldados da Paz continuam os seus combates sem armas e meios próprios e dignos e eficazes, insiste-se em dizer - e ainda agora a época dos malditos incêndios se iniciou.

A especulação imobiliária «geringonçou-se» - cada dia mais se acentua a proliferação do conluio entre as secções de obras dos municípios e as construtoras e as imobiliárias, um género de máfia à “rédea solta”, escandalosamente impune, escondida atrás das próprias sombras partidárias.

A Assembleia finalizou a época mortiça, no que toca à resolução de assuntos sérios, daqueles que apoquentam os cidadãos mesmo com seriedade. Talvez ansiosa pelas merecidas férias, a prepararem-se os festins para o reinício de actividade da canalhada, quem sabe para se argumentarem com justa causa os diversos apoios fraudulentos que alguns (muitos?) auferem e que o povo paga. Sim, a canalhada habituou-se a que o povo tudo pague - porque é sempre o povo quem paga as trapaças.

Com este calor, era bom que chovesse. Mas que não chovesse no molhado. Para ver se começamos a viver semanas tranquilas e de esperança e de Paz.

(Nota: votos de um rápido restabelecimento e um abraço ao Dr. José Querido, a quem sempre pertencerá este Editorial)

Luís Gil Torga