Editorial 06-03-2021
Caldeiradas
Como não tem nada que fazer para além de “adormecer” o Zé Povinho, aquele do manguito de Bordalo Pinheiro, D. António, passa a vida a perorar sobre o estado da nação.
Quase esgotado o tema da pandemia, não obstante as “télélés” engajadas pareçam não haver mais nada “interessante” sobre que falar, deu-lhe agora para culpar o neoliberalismo pela situação económico-social – ou vice-versa - em que o país está atolado.
Tenho cá para comigo que, numa entrevista decente, e não de frete, ele não resistiria dois minutos à controvérsia sobre o assunto, pois, para mal dos pecados dos portugueses, para além de desconhecer o que é neoliberalismo, “esqueceu-se” de que, nos últimos quinze/ vinte anos, o país foi governado pelos socialistas, com acutilância nas duplas Sócrates/ Costa e Costa/Centeno, para não falar também no actual governo, composto, na sua maioria, por meninos-bem amadores ancorados em quatro ou cinco “burros velhos e manhosos”, e um ou dois, apenas, conhecedores da poda.
De Bruxelas – ou ainda de Lisboa? – vem aí a “bazuca” para travar e limpar os malefícios da pandemia. Mas, por aquilo que se ouve dizer, com “generais” de gabinete e sem soldados treinados, o mais certo é a “bazuca” ser disparada em sentido contrário – que raio de arma havia de ter sido inventada – e os carcanhóis não irem parar aos bolsos dos necessitados, mas cairem nos sacos cor-de-rosa de quem já tem muito, não perdeu nada, e vai ver engordar as contas dos seus “off-shores”.
Importante para o país, dizem, é instalar o novo aeroporto no Montijo, e, para tal, até já se alterou a lei do veto autárquico, de modo a poder esquecer Alcochete, local que até era o preferido por outro governo socialista.
Sem querer entrar no conhecimento/ favorecimento dos proprietários dos terrenos, só sei que o país – os governos, ficará melhor dito – continua a desperdiçar centenas de milhões de euros em estudos e projectos para o novo aeroporto de “Lisboa sul”, como os gastou para a Ota e Alverca.
Enfim! O que me custa a engolir é não “oferecerem” o aeroporto prometido risivelmente por Machado a Coimbra e à região centro, como se tal pessoa, que ao fim de dezenas de anos ainda não conseguiu pôr em andamento o metro, pudesse aspirar – espirrar? – quando há tantas hipóteses possíveis para o edificar.
Por Coimbra? Tudo na mesma, como a lesma. O que vale é virem aí novas eleições. Que os eleitores vão pensando nisso.
Valha-nos a Universidade, de vitória em vitória, cada vez mais conceituada no mundo.
ZEQUE