Editorial 06/09/2024

EDITORIAL 06 09 24

O SILÊNCIO DOS JUSTOS

Ariano Suassuna (1927 –2014) foi (é) um intelectual, escritor, filósofo, dramaturgo, professor, romancista, artista plástico, ensaísta, poeta e advogado brasileiro. Com mais do que provas dadas do seu conhecimento sobre o Brasil, dado que nunca tinha entrado num parque da Walt Disney, nem, dizia ele, que nunca tinha saído do Brasil o que confirma que é uma sumidade da cultura brasileira.

Pois esta grande figura humana e intelectual explicava que quando uma pessoa brasileira era convidada para um evento, oficial ou não, se respondesse que ia ao evento, poderia ir ou não. Mas se respondesse que “ia fazer os possíveis para ir” a realidade é que nunca comparecia. Isto demonstra o cuidado, da maior parte da cultura brasileira, em não ofender o outro e essa é apenas uma leitura simplista. Pois a profundidade desse cuidado, em se afastar dos confrontos com os outros, leva a que aceite um enorme erro, dito por um estranho, com um sorriso e um “- BELEZA!”

Ora este silêncio, em relação a uma contrariedade, estende-se a tudo. Porém, se não há confronto, há a possibilidade do erro se espalhar pelo organismo social, e levar à doença do país e do mundo.

Com este raciocínio, temos uma questão: se o confronto, que respeite o outro, se coloca entre duas ou mais pessoas (atenção que é prioritário termos confrontos connosco próprios) onde é que sabemos que está a verdade? Esse é um ponto importante para pensarmos.

Sem discursos de gurus, é muito importante colocar-mo-nos no lugar do outro - é estarmos mais próximos da verdade (é muito complicado chegar à verdade). E depois há outra maneira de percebermos se estamos longe ou perto da verdade, é quando a lógica se opõe à moral - aí percebemos que estamos muito longe da verdade.

Por muitas explicações lógicas que possamos dar, se não for justa para todos (moral) então está muito longe da moral.

Ora é com este pensamento que abordamos os assuntos nos artigos de O Ponney. Percebemos que nem toda a lógica é moral - no sentido de ser justa para todos.

O artigo «LIXO OU LUXO?» coloca em questão os discursos de luxo confrontados com o lixo que se acumula numa cidade, que deveria ser o exemplo para todo o país dado que tem o conhecimento universal.

«CMC PODE POUPAR 41.600 EUROS NA CULTURA» é um artigo que coloca a possibilidade de a Câmara de Coimbra poder poupar muito dinheiro, mesmo que tenha que ser reduzida a cultura na vetusta cidade universitária. A leitura do artigo explicará o processo polémico.

No artigo «A QUEDA DAS MÁSCARAS » veja como a posição dos partidos em relação à liberdade de expressão dão pistas sobre como olham, verdadeiramente, para a Democracia. É mesmo uma queda das máscaras.

O que é a APBRA? Talvez possa conhecer esta sigla por algumas polémicas que tentam esconder em Coimbra. O Ponney traz o assunto na sua segunda parte com o artigo «APBRA: PARTE DOIS».

Seguindo a linha, de falarmos o que os outros órgão de comunicação não fazem, trazemos o assunto que, por uma decisão precipitada, pode mudar a vida dos habitantes do Concelho de Coimbra. Vale a pena entender, considerando os prós e contras e percebendo o desvio de assunto, para termos uma opinião sobre esta questão abordada no artigo «TRABALHADORES DOS SMTUC EM SALDOS». Onde a moral (justiça para todos) se confronta com a lógica dobrada.

O Ponney traz informação para que cada um possa refletir.

Já nos artigos de opinião temos o testemunho de Sancho Antunes com o seu artigo «VOZES DE FANTASMAS CONTAM PARA A DEMOCRACIA?» parecendo um assunto do ocultismo, mas é só mais uma tentativa de se fazer “magia negra” contra a Democracia.

Sobre a polémica - se devemos comprar ananases de cabeça para baixo ou de cabeça para cima, parece que há campanha de marketing para se comprar mais ananases de cabeça para baixo - sobre este assunto fala Manuela Jones no seu artigo « O TINDER DOS ANANASES». Onde vai saber alguma coisa sobre este assunto que tanto tem de fútil como de propaganda de uma marca de hipermercado.

Já o artigo de Rosário Portugal, nossa esforçada colaboradora, traz a questão de que «NÃO VALE TUDO!» para se governar um país e um Concelho. Uma opinião que nos vai fazer refletir para tomarmos uma decisão mais clara sobre o governo do todo.

Temos muitos outros artigos para lerem no nosso jornal, basta visitarem cada uma das áreas.

Bom fim de semana e boas leituras;
José Augusto Gomes
Diretor do jornal digital O Ponney