Editorial 11-05-2019
O país da geringonça
Gosto deste país, o meu, à beira-mar plantado, jardim que foi; do coito de larápios e corruptos “inimputáveis” em que se transformou, não.
Vi Joe Berardo na TV a ser inquirido por uma comissão qualquer da AR. Achei safada e iníqua a ignorância de quase todos o que o interrogaram; considero afrontosa e chula a atitude do respondente.
Berardo é um homem muito rico, mas, neste Portugal que é o nosso, encheu os bolsos, pelo menos aparentemente, à custa de “golpadas”. Peão no tabuleiro de Sócrates para destruir o BCP, valeu-se dessa “categoria” para “rendibilizar” os seus proventos: deve centenas e mais centenas de milhões de euros à banca, e, mercê de certos “truques”, não vai pagar nem um tostão; ou, se pagar algo, não será muito mais que umas pobres migalhas.
Ouvi-lo irritou-me, mas fiquei a conhecer melhor um dos homens “fortes” deste país, companheiro e amigo de Sócrates nas manigâncias. Diz-se, porque, parafraseando Gil Vicente, toda a gente sabe tudo, mas ninguém diz nada.
Leio num jornal que Bataglia foi o intermediário financeiro entre Salgado e Sócrates, ascendendo a sua fortuna a mais de 200 milhões de euros. Por este montante, quem quiser que calcule a fortuna escondida, ou perdida, do ex-primeiro ministro de que Costa era o braço direito, ou talvez apenas uma bengala.
O caso do tempo de serviço dos professores vai perpetuar-se. O PS lançou a isca, o PSD e o CDS engoliram-na, e o BE e o PCP ficaram nas suas sete quintas. Costa, com o apoio das “famílias” fez teatro; Rio, anjola, foi na onda atrás do peixe e ficou com ele atravessado na garganta, mas talvez tenha aprendido que contra um batoteiro só não perde um batoteiro mais sabido.
O governo da geringonça continua a afrontar Coimbra. Não lhe bastava o desprezo, tinha de vir o amesquinho: propagandeia uma verba de quase 30 milhões de euros para a construção de um edifício apropriado à parte cirúrgica, mas toda a gente sabe que essa promessa já tina sido feito por mais de duas vezes, pelo menos, sem que vez alguma tenham acontecido indícios. O mesmo se pode dizer em relação ao IP3.
Como tradição, os antigos estudantes encabeçaram o cortejo da festa dos estudantes. Contrariando hábitos, ninguém na varanda da sede da freguesia da Sé Nova para receber os FF-RR-ÁÁ dos velhinhos, o que foi comentado negativamente. O mesmo sucedeu na Câmara Municipal – pelo menos com o grupo da frente. De uma de duas moças que chegaram “no “taime” – expressão dela – saiu a expressão “deve estar a curti-la”. Não sabemos a quem se referia, mas a Manel de certeza que não, pois desde há muito que é abstémio; ou, então, o “curtir teria outra significância.
Acabou a Queima. De ano para ano tem vindo a aumentar o consumo de bebidas alcoólicas. Ajudem os jovens a refletir.
Os excessos matam. Quer dizer, nem a todos: Berardo, Sócrates, Salgado e outros que tais continuam por aí numa boa, apesar de, de há muito, lhe andarem a anunciar a morte.
ZEQUE