Editorial 14-11-2020

Chega-te para lá!

Foi Marcelo Rebelo de Sousa quem precipitou o que está a acontecer nos Açores. Foi ele que disse, que era preciso um entendimento à direita.

A direita ouviu, Rui Rio ouviu e decidiram copiar António Costa, criando uma geringonça nos Açores. Até aí tudo bem, e por que não?

Há, apenas, um senão: André Ventura desde o início desta legislatura que afirmava que NUNCA se coligaria com os partidos do poder. Bastou acenar-lhe…

As palavras dos políticos não valem uma merda, sejam eles de direita ou esquerda.

O que me surpreende, e me deixa perplexa, é a veleidade com que o PSD (porque o acordo foi negociado em Lisboa) e Rui Rio chegaram a este acordo. Sá Carneiro deve estar a dar voltas no túmulo.

O Sr. Presidente da República já veio dizer que este acordo não lhe agrada; acredito sinceramente. Este acordo é um tiro no pé do PSD. Muita gente estava com certeza a pensar no próximo governo, que não seria do PS. Com este acordo, a grande maioria dos portugueses vai ficar de pé atrás.

O Chega é um partido assumidamente de extrema direita. Basta ler o seu manifesto político. Nem Salazar de má memória conseguiu ir tão longe. O que também me espanta -  e pode ser consultado na Wikipédia (Defendeu em 2013 a tese de doutoramento em Direito Público pela Faculdade de Direito da Universidade de Cork, na Irlanda, financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, na qual criticou o “populismo penal” e “estigmatização de minorias”, revelando preocupação com a “expansão dos poderes policiais” ) - é como André Ventura mudou radicalmente!

Chega de Chega. Quanto mais se falar dessa gente, mais ela se julga importante.

Portugal e o Mundo atravessam uma crise sanitária e económica sem precedentes.  A soberania portuguesa. refém da União Europeia, está atada de pés e mãos.

Como vamos sobreviver? Quando isto acabar, quais serão as sequelas?  E os nossos jovens?

O pavão do Trump está de malas aviadas e com ele leva o Bolsonaro para jogar golfe.

Coimbra, até aqui “protegida”, já está também na lista vermelha.

Que a nossa Rainha Santa não nos abandone.

Maria Leonor Correia