Editorial 21-03-2020

IMPERFEITAMENTE

 

«Mas eu não ataco a família — ataco a família “política que se quer” lisboeta —, a família lisboeta produto do permanente namoro, reunião desagradável de egoísmos que se contradizem, e mais tarde ou mais cedo centro de bambochata.»

O que parece um simples acaso terá levado “uma iguaria” ao mercado do peixe em Wuhan, província de Hubei, na imensa China, dando origem a um surto em trabalhadores e frequentadores do mercado de peixe, mariscos vivos e aves na cidade, o qual, depressa, se distribuiu pelas inimagináveis rotas da seda, sendo já escassos os países do mundo ainda não atingidos.

Chamaram-lhe, cientificamente, CORONAVÍRUS e, depois, COVID-19, tratando-se de algo que continua desconhecido, sabendo-se, no entretanto, ter já atingido mais de uma dezena de mutações, em mutação contínua.

Causa perplexidade o facto de, na China, a pandemia parecer estar já contida, enquanto nos países do ocidente, imperfeitamente precavidos em todas as vertentes, já foram ultrapassados os números de infectados e dos que sucumbiram, relativamente ao país de origem.

Enquanto as medidas de quarentena e de emergência sanitária são estabelecidas um pouco à toa, deixando as populações em tudo desprevenidas para terem forma de poderem acatar recomendações sanitárias de forma eficaz, as infecções multiplicam-se exponencialmente, crescendo o número de fatalidades.

Em Portugal, onde a escola de governantes se fez por equivalência não se sabe a que grau mais básico do empobrecido ensino básico, foram tomadas medidas com base na opinião de um apelidado “conselho nacional de saúde”, em cujos trinta elementos se poderão contar pelos dedos de uma mão aqueles que podem opinar em matéria de saúde pública.

E - porque ter contas certas sem contar com a corrupção sempre foi mais importante - o Serviço Nacional de Saúde desceu à míngua de tudo, incluindo as protecções para os profissionais de saúde, situação que determina que os infectados sejam tratados em casa, para encurtar o período até ao pico, mostrando à evidência a incapacidade da imperfeitamente incapaz governação, que nunca soube o que são planos de contingência (nem mínimos!).

Haverá de chegar-se ao fim, certamente, com uma nova ordem mundial e com uma nova ordem interna.

Imperfeitamente, nunca estiveram à altura.

Haverá muitos que já não votarão mais e continuará a haver, imperfeitamente, candidatos sem vergonha, qualquer que seja o regime que se imponha.

                                                                                                                                                                                                                                                     Sande Brito Jr