Editorial 21-11-2020

De desinformação em desinformação

 

Perdido no nevoeiro do esquecimento nos salões do BP, Centeno deu um ar da sua graça aparecendo nas televisões com o seu parlapiê risonho e maroto, a dizer, aos incautos, “eu estou aqui”.

Centeno, o ministro das contas certas, que nunca o foram - antes as diria acertadas, para não dizer aldrabadas - conhece bem a situação pantanosa em que colocou o país.

A fortuna que acompanha os audazes – e os vendedores da banha da cobra – abençoou-o com a pandemia do Covide, atraindo todas as atenções e medos das gentes do bem e do mal, anestesiando-as, escamoteando a galopante subida do custo de vida.

Costa, o tipo que sorri, mastiga as palavras e engole as sílabas, passou largos meses a enganar – aldrabar talvez seja mais adequado, mas é duro - o povo, esgotando-se num “vocês” mal-educado.

(Vivesse o Zé Lé e ter-lhe-ia dito: “você é estrebaria, eu dava a palha e você comia).

Marcelo, durante certo tempo, amparou-o, mas não aguentou. Calou-se, e Costa sem arcaboiço, perdeu o controle das equipas; o governo e satélites perderam a credibilidade, afundando-se nas suas falácias – ou sofismas? – contradizendo-se nos números e nas situações.

Quando o SNS está à beira do abismo, as forças temidas atiram cá para fora que não é bem assim, pois nos últimos tempos haviam contratado umas centenas de médicos; esqueceram-se – mero lapso, percebe-se -, que mais do dobro havia rescindido os contratos. Gritante, de arrepiar, a informação de um secretário de estado adjunto que, distraído, anunciou haver nas escolas 477 surtos activos do “bicharoco”, havendo logo quem o desdissesse com apenas 68.

A semelhança dos números não só é fascinante como também é inquietante. No ministério anda muita gente a necessitar de

Rui Rio veio ao de cima: diz-se ser o próximo primeiro-ministro, que o de Costa vai cair em breve. Marcelo reapareceu em força e em forma. Fez-lhe bem ter andado distraído; o ainda primeiro sentiu algum alívio: o seu porta-voz está ali para as curvas e para as retas, que, daqui a uns mesitos, vêm as eleições e o Ventura anda a fazer um barulho de atrapalhar muito. Centeno “mostra-se” para suceder a Costa, matando os planos de Rui Rio, que esfrega as mãos de contente; quem as fez que as desmanche, e o próximo governo será de “incineração”.

Por Coimbra, contra tudo e contra todos, Marta Temido quer a Maternidade anexa aos HUC. Toda a gente diz que é uma estupidez, mas ela teima e vai dilatando o prazo da construção lá para as calendas gregas; a Universidade cala-se; de Machado, para rimar, nem perdido nem achado.

Coimbra empobrece. De mal tudo lhe acontece.

ZEQUE