Boa tarde, *h₁lewdʰ.
Um estudo recente de cerca de 100 manuais escolares palestinianos mostrou que, para estes, os judeus são essencialmente "não-gente". São *n̥-*h₁lewdʰ, portanto. Nesses livros, Israel não só não tem legitimidade política e sociológica para existir agora (é sistematicamente apelidada "a Entidade Sionista"), mas, mais radicalmente ainda, nunca existiu sequer historicamente. Nunca houve o reino de Israel, e a Judeia antiga foi uma invenção sionista. Do mesmo modo, as cidades históricas do judaísmo, como Jerusalém, Hebron, Jafa, Jericó, e tantas outras, que nos habituámos a conhecer dos múltiplos episódios bíblicos, foram sempre, dizem esses textos liquidacionistas, cidades palestinianas, ou seja, cananitas, que é o nome que os palestinianos se dão a si mesmos quando se referem a essa altura, isto é, no fundo, que se chamam antes de existirem. Trata-se de um negacionismo histórico total, que tenta apagar da memória da região não só os judeus do período pós-exílico e os israelitas do tempo dos Juízes e dos Reis, mas, finalmente, os primitivos hebreus eles-mesmos, dos quais resultaram, por separação histórico-política, os judeus e os israelitas, num primeiro momento, e os samaritanos depois. É difícil encontrar paralelos na História Universal para este ilusionismo pseudo-histórico, a não ser talvez o que foi tentado pelos comunistas do tempo de Estaline (e depois os do tempo de Mao, na China), com a eliminação física e histórica dos rivais e a deportação de populações. Mas, no caso comunista, tratou-se quase sempre de eliminar pessoas e grupos políticos, não povos inteiros. Estes eram deslocados, mas não apagados.
O mais grave disto, que seria apenas ridículo se se limitasse a afectar apenas os palestinianos e demais berberes e árabes da região, é que esta mistificação está a ser usada em areópagos internacionais para promover a causa palestiniana e justificar o ódio ao judeu. É o caso da UNESCO, por exemplo. Aqui, o negacionismo é trágico, porque mostra quão longe a comunidade internacional – a UNESCO tem gente de países europeus e do norte da América – está disposta a ir para apagar da sua consciência o que é incómodo. E justifica uma premonição minha, que eu há uns anos atrás tendia a considerar do domínio do paranóico, mas que hoje me parece, infelizmente, cada vez mais provável: a premonição de que em breve teremos a "pseudo-História" neo-modernaça e revisionista a negar que a Europa e a sua civilização sejam uma obra de brancos. Sim, caros, pode parecer estranho, mas será assim. Veremos em breve afirmar sem ironia que a Europa – quer dizer, a entidade geografico-política constituída pelos povos e nações nossas familiares e em que nós mesmos nascemos, a Inglaterra, a Alemanha, a França, os países nórdicos, a Suíça, a Itália, a Espanha, etc. – foi obra de negros e próximo-orientais, e que figuras do nosso passado como Platão, Alexandre Magno, Júlio César, Vercingetorix, Carlos Magno, Afonso Henriques ou Carlos o Calvo foram, não brancos, mas negros, mestiços ou berberes. E que isto de ser branco é coisa recente. Não houve uma tola há semanas que disse que Portugal era um país de negros?
Outros delírios estão em preparação, na arte, na literatura, na política, na ciência. Shakespeare e Camões? Negros. Galileu? Berbere. Newton? Esquimó. Einstein? Tártaro. Bach? Mouro.
Esperem.
José da Costa Pinto
Imagens - Irmãos.com e Tenda da Rocha
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