Chama-se Tara Reade, foi funcionária do Senado norte-americano, e acusa agora Joe Biden, candidato do Partido Democrata às eleições de Novembro, de a ter molestado sexualmente em 1993.
A mesma Tara Reade que exige a Joe Biden que retire a sua candidatura presidencial porque este seu alegado comportamento predatório o inabilita para o exercício dos deveres presidenciais.
Ninguém que um pingo de decência pode defender o comportamento de um predador sexual.
Mas ninguém com um pingo de inteligência pode deixar de se interrogar acerca do timing de Tara Reade para divulgar estas supostas agressões.
Nestes vinte e sete anos em que Joe Biden exerceu cargos públicos, em que foi Vice-Presidente, candidato às primárias do Partido Democrata, primeiro com mais vinte outros candidatos, depois só com Bernie Sanders, nestes vinte e sete anos Tara Reade ficou calada.
Agora, que Joe Biden é o candidato do partido Democrata, avança e deixa cair este escândalo no espaço público?
Mais uma vez urge desviar o foco do essencial e uma qualquer Tara Reade dá um jeitão.
Com os Estados Unidos a sofrer uma devastação brutal a nível sanitário e económico devido a uma gestão desastrosa da Administração Trump, com a reeleição cada vez mais ameaçada, convém jogar a carta que foi jogada com Clinton – a suposta infidelidade conjugal, o comportamento sexual predatório.
Em nada provado, em nada importante para o exercício de cargos públicos (o nome Kennedy vem inevitavelmente à memória…), em tudo comprometedor para o Partido Republicano e Donald Trump.
Mantenham o foco no essencial, por favor.
Pedro Coimbra - Devaneios a Oriente