A OPERETA-BUFA DOS IDIOTAS

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 Não sou faccioso, mas também não sou idiota!

 

Nunca gostei do Berardo e tanto quanto li julgo saber o génese da sua fortuna na África do Sul. Recue-se até ao fim do apartheid.

Cruze-se Berardo com o Governo de Pieter Botha, o porquê, e como dali nasceu um novo riquinho!

Depois das colheitas… veio para a Madeira e para Continente!

 

Depois, foi a bajulação deslumbrada dos paspalhos políticos, da submissão dos empregados bancários de topo, e elevação a comendador a “famoso” pelos prostituídos jornalixos dos meios de comunicação social, sendo esta a razão por não gostar dele.

 

Deste modo estou à vontade para, em liberdade de pensamento, para poder opinar.

 

Quando alguém quer contrair um empréstimo bancário, tem que se "abrir todo", hipotecar o prédio,  dar um fiador, avales pessoais, etc., que até podem chegar ao cão e ao gato... Ou melhor, exigem cintos e suspensórios.

O Banco fica dono do imóvel (via hipoteca) e se houver percalços são chamados os avalistas.
Então porque é que o Berardo deve mil milhões e ninguém consegue apanhar-lhe as cuecas?

 

Os Bancos quando emprestam a massaroca às empresas, fazem análises e extrapolações e projecções dos balanços, dos rácios, etc.

Verificam os cantos à casa, vêm quais são os principais devedores e o seu valor patrimonial, valoram os imóveis e as existências que podem ser de chapas de ferro, materiais de construção ou obras de arte.

E estão obrigados a calcular o goodwill que até pode ter um valor superior ao tangível contabilístico.

 

Acções ou títulos que apenas titularizam a sociedade, que ou passam para nome do credor – ficando como accionistas – ou podem ficar apenas penhorados, como foi o caso.

Quando são dadas em dação, quem as recebe é dono no todo ou na parte proporcional das acções/ títulos recebidos. Assim, pode nomear administradores.

No caso da penhora, não, não tem “voz activa”, pelo que o Berando – com toda a propriedade diz “Quem manda sou eu”! Está nos livros, e isso é que dói a todos os basbaques que querem encobrir esta realidade jurídica!

 

São apenas credores com garantia sobre algo móvel (que só podem ser penhorados e não hipotecados), mas é preciso descriminar em pormenor o que é ou foi penhorado.

No caso das obras de arte, para além de uma descriminação completa devem tirar fotografias que devem ser rubricadas pelo devedor/proprietário e pelo representante da Banca! E ficam apensas ao processo!

 

Assim sendo, e se não foi feito, não houve displicência, mas antes conivência provocatória e de manifesto interesse no golpe perpetrado, pois tais esquecimentos ou lapsos não são de somenos importância, mas antes elementos essenciais como condição sine qua non para uma garantia “garantida”!

Ele recusou dar o aval e os tansos aceitaram!

Cada um sabia qual o papel que tinha que representar na palhaçada para abrir peixes para todos!

 

Se entendiam que era necessário e o Joe não o prestavam, “não havendo dinheiro não haveria palhaços”, o que, por outras palavras “mais finas”, quer dizer que não havendo aval para garantir pessoalmente o pagamento da dívida, não haveria dinheiro, logo não poderia haver posteriormente incumprimento.

E mesmo assim era necessário saber o quanto representava na realidade o aval e quem o concedeu!

Mas ele mostrou-lhe uns papeis que os idiotas acreditaram serem pergaminhos do tesouro do Banco de Inglaterra.

Estes tansos (ou que dão a entender que foram) fazem-me lembrar os velhotes do interior que caíram no conto do vigário quando um vigarista lhe pedia para darem 100 contos, e  para guardarem um embrulho feito de jornal onde estariam dentro 1 000 contos, que não passavam de papeis velhos e revelhos!

 

Hão certos lapsos que são bem pagos!

Um Administrador é para gerir, i.e, é para fazer negócios.

E o negócio naquele caso são obras de arte, que o Berardo negociou como quis e para quem quis, bastando-lhe fazer uma Assembleia-Geral e dar autorizar para o efeito, uma vez que era para fazer negócios com ele próprio.

Ele era e é o dono do pedaço e não tinha que prestar contas a estranhos a não ser aos seus accionistas, que por acaso era ele ou sociedades por ele detidas.

Era acto puro de gestão para o qual estava mandatado, cumprindo as obrigações determinadas pelo C.S.C.!

 

Aqui não houve chico-espertismo do Berardo, houve um golpe (ou aproveitamento) bem dado que embarretou os idiotas gordos de ordenados e de prémios dos idiotas bem falantes dos Bancos.

 

Julgo que não haverá qualquer Juiz a condená-lo!

Deverá condenar os “gordos” da banca, especialmente os da Caixa que devia ver todos os bens arrestados para mitigar o prejuízo, pois os empréstimos foram de incompetência cúmplice!

 

Se cumprissem com as suas obrigações e tivessem aplicado ao Berardo o mesmo padrão de comportamento e procedimentos que têm os restantes clientes, não eram entoucados como o foram com o Comendador.

 

Deste modo, não estaria o POVÃO a pagar os jeitinhos…

Mas, de facto, eles foram entoucados, aldrabados ou comidos pelo Joe, ou foram parte interessada no negócio?

 E é por aí que os idiotas dos deputados e as Policias devem começar a investigar!

 

Os Bancos que levem os títulos que foi isso que foi penhorado, e o Berardo não está obrigado a entregar mais, numa lógica do negócio.

 

O negócio deu para o torto, ou foi entortado!

Quem emprestou ao Berardo que tivesse procedido como fazem ao Quim quando este vai pedir um empréstimo para comprar a mobília ou para fazer obras na casa.

 

Mil milhões de peixes de borla, sempre dá para matar a fome a quem o proporciona ou coloca as coordenadas.

Aquilo é tudo tão primário, que o que deve chocar o P.R. e o P.M., não é a atitude de gozo – e com direito a ele e muito mais – do Berardo!

É eles sentirem-se gozados publicamente por quem lhe deu uma lição!

 

O PR deve condecorar o Joe pelo mérito no golpe.

Isto não tem comparação com a duplicação das notas de 500 paus do Alves dos Reis.

Aqui não houve fraude, burla ou falsificação! Foi um negócio limpo!

Foi um verdadeiro “xeque-pastor” como seria o um puto dar aos Kasparov de barro!

 

Devem estar chocados é com os paspalhos e dos incompetentes (será só isso ou haverá pombos a arrulhar…???) que colocaram como administradores na CGD e nos Bancos.

 

O Berardo na C.I. do Parlamento não estava a mostrar a sua idiotice (que não tem), mas a gozar à grande e à francesa com aqueles paspalhos parlamentares e a rir do ridículo que estavam a proporcionar numa opereta-bufa em que até o PR e PM entraram a fazer a parte de virgens ofendidas pelos buracos menos apropriados…!!!

 

Para mim foi um grande actor bem assessorado pelo Advogado.

O Berardo não só gozava com o Presidente da Comissão, com os “investigados/ palhaços da A.R. a fazerem figuras de parvos com perguntas parvas, como estava a presidir a uma sessão em que mandava em todos e ria e gargalhava de fininho!

 

Que melhor palco e hipótese de difusão pelas televisões poderia o Berardo arranjar para, como dizia Eça, colocar o manto diáfano da fantasia, nos idiotas ceguinhos que nos (des)governam, mas que se governam e colocam abutres em locais para deles tirarem proveito?

 

Foi aquele Joe com aquele trejeito de imbecilóide, que convenceu os experts dos bancos, ou foram o chefões que se abriram todos para entrar no cofre, quais tansos e imbecis feitos basbaques perante tal alegórica figura?

 

E se começarem a verificar as contas e os patrimónios de toda a hierarquia da CGD e dos Bancos para  ver se não haverão por lá mosquitos… ou traças?

 

Ou será que isto não passa de uma história tirada pelos internados nas alas mais complexas do Hospital Júlio de Matos?

 

José de Sousa Pais

Foto retirada da net